Paulo Sergio Quartiermeister
7 de maio de 2012 - 4h58
Em Bogotá, vi muitos logos da operadora Movistar – muito presente na América Latina e em outros países latinos –, e lembrei de que novamente estamos diante do possível desaparecimento de uma marca brasileira forte: a Vivo. Com certeza, seus fãs não ficarão felizes se não puderem mais conviver com ela.
Já fui um árduo defensor de marcas locais, mas uma vez que passam a fazer parte de um portfólio de marcas globais, não consigo mais vê-las sobreviver. Afinal, há muito nos tornamos parte de uma comunicação global e de tempo real, inclusive por meio de celulares. Nesse cenário, caso não houver grandes empecilhos, ao substituir a Vivo, a Movistar se fortalece globalmente – o mercado brasileiro é bem representativo – e tem sua gestão facilitada. Sendo assim, faz sentido se começar do zero e com execuções locais da nova marca, se possível.
Entretanto, esse fato nem de longe significa que o espaço das marcas brasileiras está diminuindo, pois o outro lado dessa moeda mostra que há grandes marcas brasileiras cuja gestão poderia ser copiada no exterior, inclusive em grandes mercados. Natura, Petrobras, Itaú, Brahma e Brastemp são alguns exemplos entre as nossas grandes marcas que, certamente, poderiam ser acompanhadas de centenas de marcas de produtos e serviços espalhadas por este Brasil.
A chegada de mais uma marca global poderia servir de inspiração para empresários e executivos brasileiros invadirem mercados internacionais com as cores verde e amarela. A Havaianas já mostrou como se faz isso.
Paulo Sérgio Quartiermeister é diretor do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM
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