Bloomberg: interesse em adquirir o NYTimes?
Há, novamente, rumores de uma eventual aquisição do jornal mais tradicional do mundo
Há, novamente, rumores de uma eventual aquisição do jornal mais tradicional do mundo
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30 de janeiro de 2015 - 3h36
O ex-prefeito de Nova York, Mike Bloomberg, proprietário da Bloomberg, foi sondado, novamente, sobre uma eventual aquisição do jornal The New York Times. A partir disso e dos rumores que retornam, novamente, sobre a transação que mudaria, definitivamente, o cenário da mídia norte-americana, o site Business Insider publicou uma matéria sobre por que isso seria interessante para ambos os lados.
O fato principal é que é quase certo que o New York Times não está à venda, afirma o site. Mas, argumenta, a Bloomberg deveria comprar o icônico veículo de qualquer maneira. Continua o site: seria uma maneira excelente para Bloomberg para turbinar suas ambições de influência global. E garantiria um excelente futuro para uma das melhores organizações de notícias do mundo, bem como aos grandes jornalistas que lá trabalham.
Mas, questiona o repórter, como a Bloomberg poderia comprar o New York Times se o jornal não está à venda? Basta recuperar o histórico de outro grande nome da mídia global, Rupert Murdoch (proprietário da News Corporation, da Fox, da Sky, da BsB, do jornal New York Post e de outros veículos nos EUA, Reino Unido, Austrália e Ásia).
Murdoch
Durante décadas, Rupert Murdoch cobiçou o respeitado jornal The Wall Street Journal. Mas o Wall Street Journal, assim como o New York Times, era controlado por uma família e, definitivamente, não estava à venda. Murdoch esperou até ter dinheiro suficiente para fazer uma oferta irrecusável à família controladora. E, quando fez o lance, era muito dinheiro: US$ 5 bilhões pelo The Wall Street Journal (controlador, por sua vez, da Dow Jones). A oferta era de, pelo menos, US $ 3 bilhões mais do que o Wall Street Journal valia. A princípio, a família Bancroft, que controlava a Dow Jones, rejeitou de imediato a oferta e deixou claro que a empresa não estava à venda. Mas, em seguida, começou uma briga familiar interna.
Os diversos sucessores e herdeiros da Dow Jones controlavam pequenos pedaços do negócio original, ou seja, ninguém tinha controle majoritário sobre uma empresa que estava pulverizada de tal forma que muitos desses herdeiros realmente não se importavam com o destino do negócio. Ao avaliar isso, Murdoch acertou em cheio. Ao fazer a oferta pelos pequenos pedaços pulverizados por um valor superior a duas ou três vezes mais do que o valor real, muitos herdeiros encheram os olhos com os bilhões abanados pelo bilionário australiano. Em pouco mais de um mês, muito por conta da pressão interna das dezenas de herdeiros, a família Bancroft cedeu e Murdoch tornou-se o controlador do The Wall Street Journal e do Dow Jones.
O repórter Henry Blodget, que faz a análise para o site Business Insider sobre a eventual transação, afirma que Mike Bloomberg poderia fazer exatamente a mesma coisa com o jornal The New York Times. As cores do futuro digital do The New York times, nos próximos cinco a dez anos, serão difíceis. Haverá mais perda de anúncios impressos, mais cortes de custos, mais dolorosas e necessárias reestruturações para ajustar a estrutura de custos de impressão do The New York Times para o novo mundo digital. Ninguém quer passar por isso se não tiver de fazê-lo. Portanto, afirma o repórter, Bloomberg deveria fazer uma oferta pública em dinheiro preventiva para o New York Times Company. E sugere até o valor: US $ 5 bilhões, ou US $ 35 por ação. Isso é muito mais do que a New York Times Company vale, afirma. E quase todos os acionistas da empresa reconheceriam a oferta imediatamente.
Sulzberger
Os acionistas do The New York Times, inclusive os membros da família Sulzberger, dobrariam, com a oferta, sua própria riqueza. Segundo o site, esses acionistas reconhecem que, se a empresa rejeitar a oferta, muito em breve o grupo que controla o NYTimes possa se ver empobrecido novamente. E também podem reconhecer que essa talvez seja a melhor oferta que poderá surgir.
Eventualmente, os Sulzbergers poderiam ceder. Em parte, porque seriam persuadidos de que ser adquiridos por Bloomberg poderia ser melhor para o New York Times. E esse legado é, por excelentes e muitas razões, muito importante para a família.
E, para Bloomberg, por que obter o controle do jornal seria melhor para o New York Times? Porque, ao contrário dos atuais proprietários do New York Times – investidores públicos e familiares que dependem da renda – Bloomberg não se importa o quanto de lucro a empresa gera ou mesmo se produz qualquer lucro. O Outro negócio da Bloomberg, Bloomberg L.P., gera US $ 5 bilhões de lucro a cada ano. Mike Bloomberg é dono de mais de 70% desse negócio, que vale cerca de US $ 35 bilhões. A Bloomberg não precisa de mais lucro. O que Mike Bloomberg quer é influência.
Se Bloomberg adquirir o jornal The New York Times, evitaria atritos internos com as propriedades de mídia da Bloomberg que competem com o negócio do terminal Bloomberg. O dono da Bloomberg poderia investir agressivamente no The New York Times e torná-lo muito maior e melhor do que é atualmente. Também poderia garantir que o papel não terá que passar por mais uma década de cortes de custos e reestruturações. É uma jogada inteligente para ambos os lados.
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