Mídia
Cinema nacional encolheu em 2012
Relatório da Ancine revela que produções brasileiras caíram em todos indicadores na comparação com 2011, exceto o número de salas
Relatório da Ancine revela que produções brasileiras caíram em todos indicadores na comparação com 2011, exceto o número de salas
Igor Ribeiro
16 de janeiro de 2013 - 3h28
Apesar das políticas públicas recentes para fomentar o setor, o mercado cinematográfico ainda enfrenta fortes contradições no Brasil. É o que indica o Informe Anual Preliminar – Filmes e Bilheterias 2012, elaborado pela Superintendência de Acompanhamento de Mercado, Coordenação de Cinema e Vídeo da Ancine, divulgado esta semana. Apesar do crescimento como um todo, com recorde histórico de R$ 1,6 bilhão de faturamento (crescimento de 12,13% na comparação com 2011), os números relativos a filmes nacionais caíram em quase todos os quesitos (lançamentos, público, faturamento). O share publicitário também permanece o menor entre todas as mídias, segundo os dados de janeiro a outubro do Projeto Inter-Meios.
Toda a bilheteria, incluindo estrangeiros, alcançou R$ 1,6 bilhão em 2012, contra 1,4 bi no ano retrasado. Mas os blockbusters internacionais tiraram parte do mercado que o cinema nacional conquistara em 2011. Foram menos títulos lançados (83 filmes em 2012 e 99 há dois anos, recuo de 16%), público menor (15,5 milhões contra 17,8, queda de 13%) e menor faturamento (R$ 157,2 milhões contra 163,2, menos 3,6%).
O faturamento publicitário foi o que proporcionalmente mais cresceu na comparação entre 2011 e 2012 no período de janeiro a outubro: R$ 68,9 milhões contra R$ 79,6 mi, aumento de 15,54%. Como todas as outras mídias também subiram, exceto “Guias e Listas”, a fatia de cinema permaneceu pequena, com 0,32% do share.
O curioso é que o comparativo entre 2012 e 2011 da Ancine também revela dados positivos, como o número de salas dedicadas a filmes nacionais, que cresceram 9,9%. Foram 4.758 salas nos lançamentos brasileiros de 2011, contra 5.229 em 2012, reflexo provável do incremento mais recente na lei de Cota de Tela, que ocorreu justamente naquele ano. Esses números não refletem, porém, o total de parque exibidor, já que uma mesma sala pode ter mais de um filme e mais de um lançamento. Mesmo assim, o número de salas cresceu de 2.352 em 2011 para 2.515 no ano passado, aumento de 6,93%.
Alguns títulos brasileiros tiveram desempenho bem avaliado, ultrapassando a marca simbólica de 1 milhão de espectadores: Até que a Sorte nos Separe (3,3 milhões de ingressos vendidos, 9º colocado no cômputo geral, incluindo filmes estrangeiros); E Aí, Comeu? (2,5 milhões); Os Penetras (2,2 milhões); Gonzaga – De Pai pra Filho (1,4 milhão) e De Pernas pro Ar 2 (1,05 milhão). A maior bilheteria geral foi de Os Vingadores (10,9 milhões de ingressos); seguido por Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 (9,4 milhões) e A Era do Gelo 4 (8,7 milhões).
Compartilhe
Veja também
O que a volta do X significa para marcas, Bluesky e Threads
Mercado celebra retorno da plataforma, mas mantém cautela diante de inseguranças jurídicas e riscos de brand safety
Globo refuta que YouTube tenha mais público do que TV aberta
O portal de vídeos do Google declarou que é assistido por mais de 75 milhões na TV conectada; emissora diz que detém 64,5% do consumo de vídeo