Google: reestruturação protege a marca
A separação entre internet e novos negócios dá mais liberdade para que a companhia aposte em inovação e pesquisa
A separação entre internet e novos negócios dá mais liberdade para que a companhia aposte em inovação e pesquisa
Luiz Gustavo Pacete
11 de agosto de 2015 - 9h00
A reestruturação do Google, anunciada nesta segunda-feira, 10, por Larry Page, um dos fundadores da companhia, divide as áreas de negócios e internet e direciona executivos específicos para dar foco a esses negócios.
A estratégia, segundo Eric Messa, professor da faculdade de Comunicação e Marketing e coordenador geral do Núcleo de Inovação em Mídia Digital da FAAP, é uma forma de proteger a marca principal. “Até então, tudo era Google e eles perceberam que com a possiblidade de fechar empresas no futuro poderiam prejudicar a marca principal, logo, a necessidade da separação”, diz Messa.
Outro ponto da reformulação histórica na companhia desde sua criação, em 1998, é dar mais liberdade para que as empresas da área de novos negócios e inovação possam criar e testar. Com o Google Inc separado das outras empresas: Calico (saúde), Google Ventures (fundo de capital semente), a Google Capital (fundo de investimento) e a Google X (pesquisa e desenvolvimento), a Alphabet poderá, de fato, apostar em inovações. “Existe um olhar de longo prazo em buscar novos negócios, mas isso não significa que o negócio principal do Google está em crise, pelo contrário, ele vem com um ritmo positivo e continuará sendo estratégico para a empresa”, observa Messa.
De acordo com Page, a reestruturação permitirá mais eficiência para que a empresa cresça. “Passamos a comandar coisas que não têm tanta relação de forma independente", escreveu Page no blog da empresa. “O novo Google está um pouco mais magro, com as companhias que estão muito longe dos nossos produtos de internet contidas na Alphabet”, reforçou o executivo que será o CEO da Alphabet.
A Google Inc passa a ser comandada por Sundar Pichai, ex-vice-presidente de produtos e que vai cuidar de receitas avaliadas em US$ 66 bilhões. Pichai tem 43 anos, nasceu em Tamil Nadu, na Índia, e antes de ir para os Estados Unidos, em 1993, formou-se em engenharia metalúrgica. Depois passou por Stanford e pela Universidade da Pensilvânia, sua ascensão no Google é descrita como meteórica pela imprensa americana.
A observação de Eric Messa é de que o Google terá alguns desafios à frente para comunicar ao mercado essa mudança. A principal fragilidade do anúncio está na bolsa de valores. “Imagine você ter em seu portfólio uma ação do Google e amanhece com uma nova empresa. De um lado, isso deverá ser muito bem explicado ao mercado, mas eles têm a garantia de que o negócio principal está ali para bancar qualquer eventual problema”, observa Messa.
A nova holding continuará listada na Nasdaq como GOOGL e GOOG e as ações relativas serão convertidas automaticamente em papeis da Alphabet. A empresa produzirá relatórios financeiros semestrais de duas formas: uma de todas as subsidiárias exceto Google, e uma só do buscador. Os negócios de internet do Google vão bem, no segundo trimestre, a empresa teve lucro de US$ 3,9 bilhões, alta de 11%.
Considerações sobre as mudanças:
A Alphabet Inc. será uma holding e vai controlar as divisões do Google. A empresa, em si, não vai desenvolver ou lançar nenhum produto, apenas gerenciar suas subsidiárias.
Dois braços dentro da Alphabet foram criados:
Google Inc centraliza os serviços de internet: Google, Maps, Chrome, YouTube, Android e Gmail
As outras empresas ficam em uma Segunda Área que reúne: saúde (Calico), tecnologia (Google X) e investimento (Google Capital e Google Ventures).
Em inglês, Alphabet é um trocadilho das palavras “alpha” (retorno do investimento sobre o valor de investimento) e “bet” (aposta).
A marca Google não vai desaparecer e os serviços da empresa continuam os mesmos apenas passam a ser centralizados na Google Inc que se torna subsidiária da Alphabet.
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