IAB discute padrão para uso de cookies: Apple resiste
Instituição propõe conversa transversal entre grandes navegadores para discutir melhores práticas de tracking e advoga pela opção de escolha do consumidor
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Por George P. Slefo, do Ad Age*
Jordan Mitchell, representante do tech lab do IAB, está propondo uma nova forma de tracking de usuários na internet – por meio de cookies – com o objetivo de proteger a privacidade dessas pessoas.
“Veja, se um consumidor busca ser um fantasma, ele deveria poder fazer isso”, afirma o VP de operações do IAB, ao explicar que usuários deveriam ter recursos que permitam que eles não sejam seguidos. “Há apenas um jeito de permitir isso, e é provendo aos consumidores a escolha e, ainda, manter a estrutura, o compliance e a responsabilidade para fazer com que essa escolha seja cumprida”.
Os cookies são usados para seguir usuários em toda a internet, provêm dados e personalização, entre outras coisas. Eles foram introduzidos ao ambiente digital cerca há cerca de 25 anos, e os padrões em torno deles são praticamente os mesmo desde então. O Tech Lab do IAB é conhecido por desenvolver padrões – como o tamanho dos anúncios digitais e o formato de renderização de vídeos – em colaboração com seus membros, que vão desde publishers digitais, ad techs, agências e profissionais de marketing.
Seus últimos esforços buscam desenvolver protocolos modernos para os cookies, com o objetivo de tornar possível dar aos consumidores opções de privacidade diretas. Mitchell afirma que ele mantém discussões com os maiores navegadores do mercado, incluindo Google, Mozilla e Apple.
A dificuldade, diz ele, é fazer com que os maiores players colaborem entre si e ajudem a criar um padrão. Ele afirma que a Apple não está interessada em fazer isso, e o Safari já é responsável por cerca de 52% do mercado mobile nos EUA, segundo informações da Statista, plataforma da Amazon.
“Historicamente, eles têm mostrado que não jogam com os outros”, afirma Mitchell sobre a possibilidade de a Apple trabalhar com o IAB, adicionando que o uso dos cookies “deveria ser de acordo com a vontade do consumidor, não segundo a vontade da Apple”.
A Apple não quis responder aos argumentos de Mitchell.
O Mozilla – dono do Firefox – também deve hesitar ao trabalho em conjunto, já que adotou práticas similares às da Apple. Sem o suporte dos grandes navegadores, pode ser mais difícil escalar essa política de privacidade ambiciosa.
“Nossa prioridade número um é colaborar abertamente com os maiores navegadores”, afirma Mitchell. “Alguns estão mais abertos que outros. Pode ser que demore algum tempo para que navegadores confiem em nossas intenções, então continuaremos a conversar. Ou talvez há outras táticas que podemos usar para convencer esses players que isso é algo que deve ser tratado com muita seriedade”.
O Safari, da Apple, essencialmente cancelou o uso dos cookies, o que causou um burburinho nos departamentos de marketing. Mitchell afirma que essa abordagem dura causou consequências não planejadas em áreas que não estão relacionadas à publicidade. Publishers, por exemplo, passam a ter grande dificuldade em medir suas análises de consumo de mídia.
Na visão do VP do IAB, a maioria dos consumidores não tem problemas com o uso de dados pelo publisher com o objetivo de melhorar a experiência do usuário, mas são reticentes com o uso por terceiros, e ficam com um pé atrás quando não sabem quem são esses parceiros.
*Tradução: Salvador Strano
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