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Mídia

LinkedIn recruta profissionais do mercado como creators

Plataforma visa aumentar conteúdo de qualidade em sua rede e tempo dos usuários no serviço em prol de maior presença no mercado e receita publicitária


6 de abril de 2022 - 8h00

No início deste ano, o LinkedIn expandiu seu recurso de creators para abraçar não só artistas e influenciadores, mas também profissionais operacionais e estratégicos de empresas. No Brasil, nomes como Ana Minuto, cocriadora do Potências Negras, Cynthya Rodrigues, growth director da PMP.BID e Robson Harada, head de growth marketing do Itaú, foram selecionados. A ampliação desse grupo revela uma estratégia do LinkedIn em busca de aumentar a qualidade do conteúdo em sua plataforma e aumentar sua receita publicitária.

 

(Créditos: LinkedIn Sales Solution/Unsplash)

Diferente do top voices da plataforma, que se trata de de perfis que se destacam organicamente na rede e que tem sua visibilidade impulsionada, o LinkedIn for Creators recruta profissionais de áreas específicas e incentiva que eles aumentem sua produção de conteúdo. Nos Estados Unidos, o LinkedIn oferece contrapartidas financeiras, treinamentos e networking.

Para Ricardo Silvestre, CEO da Black Influence, o LinkedIn tem investido em creators para tornar a plataforma cada vez mais conhecida e acessível entre as audiências de forma dinâmica. “O Top Voices é um excelente reconhecimento por parte do LinkedIn para perfis notáveis e que constroem novas narrativas na plataforma, enquanto a estratégia de parceria com criadores pode ser vista como uma forma de amplificar assuntos relevantes de forma mais constante e efetiva”, propõe.

A estratégia também envolve o ecossistema de receita da plataforma. De acordo com Felipe Julian, sócio-diretor da Wizz Group, essa é uma forma da rede aumentar o volume de conteúdo de qualidade e, consequentemente, se tornar mais relevante para o usuário. Quanto maior tempo esse último gastar na plataforma, maior é o retorno financeiro para o LinkedIn.

“Mais tempo de um usuário ali também significa mais espaço para inserção de mídia, que por sua vez representa uma linha de receita importante ou nova para essas empresas. Conteúdo de qualidade atrai também novos usuários e uma rede que valoriza a criação de conteúdo atrai mais criadores de conteúdo, é uma bola de neve e também parte do jogo pela disputa da atenção dos usuários que está cada vez mais dispersa”, explica.

Segundo Julian, a monetização ainda não acontece no Brasil. O maior retorno para o creator do LinkedIn ainda é maior visibilidade de seu conteúdo, fazendo-o crescer e aumentar sua comunidade, e o selo de reconhecimento da rede.

De qualquer forma, a estratégia é indicativa do que a plataforma planeja para o futuro da sua comunidade e conteúdo. “A contratação e a formação desses perfis segue em crescente no mercado. Isso demonstra interesse pela pauta, vontade de se reinventar criativamente e indica principalmente que sabem trabalhar com tendências e reconhecer oportunidades”, divide Silvestre.

“Mostra que a empresa incentivará cada vez mais a criação de conteúdo na plataforma, com investimento de capital próprio, pois afinal toda rede social depende muito dos usuários para se tornarem cada vez mais interessantes e se destacarem dentro das diversas opções de plataformas e conteúdos que temos hoje”, contribui o executivo da Wizz Group.

Política questionada
Em março, a plataforma foi questionada por excluir uma vaga que priorizava candidatos negros e indígenas afirmando que a política de uso não permitia vagas que dessem preferência a quaisquer características. As organizações Educafro, Frente Nacional Antirracista e Centro Santo Dias de Direitos Humanos moveu uma ação contra a rede que pedia R$ 10 milhões em danos morais e coletivos e o LinkedIn foi notificado pelo Procon-SP.

Os próprios creators se posicionaram contra a medida da plataforma. Ana Minuto, por exemplo, afirmou: “É uma luta de 500 anos e, o LinkedIn como uma plataforma que permite conexões com estes grupos subrepresentados não pode tomar uma decisão desta proporção simplesmente por uma ação global. E, por não conhecer os problemas locais dos países demonstra que está totalmente despreparada para lidar com as questões únicas de cada país. Mostra que não é uma plataforma tão humanizada quanto dizem que é, mesmo sabendo o quanto é importante discutir diversidade e divulgar estas vagas para a população principalmente brasileira”.

Ao final do mês, o LinkedIn recuou e atualizou sua política de divulgação de vagas para permitir anúncios que priorizem minorias políticas. “Agradecemos o feedback que recebemos da nossa comunidade no Brasil. Fazer a coisa certa é importante e estamos comprometidos em continuar aprendendo e melhorando”, colocou a empresa.

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