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Os planos da Lupa no universo da produção jornalística

Para acompanhar a complexidade dos conteúdos desinformativos, agência de checagem passa a produzir notícias, reportagens e terá repórter especial em Brasília


3 de fevereiro de 2023 - 10h50

A agência de checagem de fatos Lupa está ampliando sua produção de conteúdo. A partir deste mês de fevereiro, além das checagens e verificações, a Lupa vai publicar notícias, reportagens, análises e investigações que se relacionam com o tema da desinformação.

Os planos da Lupa com o jornalismo

Lupa vai publicar notícias, reportagens e análises (Crédito: Reprodução)

Com a mudança, Chico Marés, atual coordenador de jornalismo da agência, será repórter especial da Lupa em Brasília. Na capital federal, o veículo vai acompanhar os ministérios, comissões parlamentares e decisões judiciais.

Segundo a companhia, a decisão é fruto da transformação do fenômeno da desinformação nos últimos anos. Com conteúdos falsos e desinformativos mais complexos, a checagem não conseguia dar conta da dimensão do problema. Em entrevista, Natália Leal, CEO da Lupa, comentou a mudança e seus desdobramentos:

Meio & Mensagem – Ao longo desses 8 anos, como o trabalho da Lupa se transformou?

Natália Leal – O trabalho da Lupa se transformou muito nesses 8 anos na mesma medida que se transformou o ambiente desinformativo no Brasil e no mundo. Começamos como a primeira agência de notícias especializada em fact-checking no país, fazendo apenas a checagem e accountability do discurso dos políticos. Com o passar dos anos e com os novos anseios da sociedade, a Lupa ampliou sua atuação para educação midiática, desenvolvendo soluções, técnicas e capacitações de fact-checking para estudantes, jornalistas, educadores e profissionais de outras áreas. Consolidando um trabalho consistente no desenvolvimento do pensamento crítico e científico, com diversas iniciativas de educação midiática para o ensino básico e superior, empresas, instituições públicas ou para a sociedade como um todo.

Chegamos em 2023, neste reposicionamento do nosso jornalismo, em um momento em que a Lupa deixa de apenas indicar o que é verdadeiro ou falso dentro do discurso de pessoas públicas ou dos boatos que circulam nas redes sociais. Passamos a falar também sobre a desinformação em si e sobre seu impacto na sociedade, nas nossas instituições e na nossa democracia. O público pode esperar da Lupa mais análises, críticas, reportagens, notícias, além das tradicionais checagens e verificações. Esse trabalho de combate à desinformação deve se transformar à medida que também se transformam o ambiente e a sociedade para qual ele é destinado.

M&M – Qual o papel das parcerias com plataformas e veículos na estratégia da Lupa? Como isso muda nessa nova fase?

Natália – A Lupa acredita muito no trabalho colaborativo e de parcerias para combater a desinformação. Seja com outros veículos de mídia para dar vazão aos nossos conteúdos, como também com instituições, empresas, fundações, Organizações da Sociedade Civil, plataformas, entre outros potenciais parceiros nacionais e internacionais. Graças a esse esforço coletivo, a Lupa consegue tirar muitos projetos inovadores e criativos do papel. A crença na colaboração não muda a partir deste reposicionamento do jornalismo. Muito pelo contrário. Nossos parceiros terão um espaço ainda mais completo e diverso para construir ações de valor. A Lupa se consolida como uma marca de referência no jornalismo especializado em desinformação no Brasil, potencializando novos projetos, produtos e iniciativas em parceria. Passamos a ter uma cobertura mais ampla, mostrando ao público quais são os impactos do fenômeno desinformativo e reunindo, em nosso site e redes sociais, tudo que se precisa saber para compreender e enfrentar a desinformação. Dessa forma, os veículos de mídia continuam sendo nossos parceiros, através do modelo de agência de notícias e de capacitações profissionais, mas agora com novos formatos de conteúdo, além do grande potencial de parceria com outros nichos de mercado.

M&M – Como a Lupa tem olhado para modelo de negócio e monetização? A ampliação do conteúdo vai impactar essa frente?

Natália – Há muitos anos, a Lupa vem brigando para ser e continuar sendo uma empresa sustentável financeiramente. Por isso, o nosso modelo de negócio é revisto com uma certa periodicidade, assim como todos os nossos planejamentos e estratégias de soluções de educação midiática e jornalismo. Neste momento, a Lupa está trabalhando numa revisão dos nossos públicos-alvo e potenciais parceiros. É claro que o reposicionamento de jornalismo tem um certo impacto nisso. Mas o redirecionamento do conteúdo passa muito mais por um compromisso e missão da Lupa de mostrar para a sociedade o que é a desinformação e como ela interfere na vida das pessoas. A ampliação do nosso jornalismo ajuda a solidificar a credibilidade que a Lupa já conquistou na audiência brasileira, enquanto lugar de referência no combate e na discussão sobre a desinformação no Brasil. Somos reconhecidos internacionalmente como uma das maiores empresas de soluções de combate à desinformação no mundo. E é essa credibilidade que nos garante a monetização e sustentabilidade do modelo de negócio adotado. Continuaremos trabalhando para que isso persista e a Lupa ainda atue por muitos anos na contribuição que deixamos para a sociedade.

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