Teles investem em streaming de música
Depois de entrar no segmento de TV paga, operadoras de telefonia ampliam oferta de conteúdo na área musical
Depois de entrar no segmento de TV paga, operadoras de telefonia ampliam oferta de conteúdo na área musical
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9 de novembro de 2011 - 4h02
A Oi acaba de anunciar a chegada do serviço de streaming de música Oi Rdio, que é uma parceria entre a operadora e a empresa norte-americana de música digital Rdio (criada pelas mesmas pessoas que fundaram serviços como Skype, Joost e Kazaa). Mas, a entrada das teles em streaming de música já aconteceu há um ano, quando a GVT lançou o portal Power Music Club (PMC). Um dos diferenciais do PMC tem a ver com o controlador da GVT, o grupo francês Vivendi, que também detém o controle da Universal Music (que domina cerca de 25% do share mundial do mercado fonográfico).
Conforme matéria publicada na edição 1484 (07/10/2011) do jornal Meio & Mensagem, com a associação da Oi à Rdio, confirma-se uma tendência entre as operadoras de telefonia: além dos serviços básicos de voz e dados, comuns às redes fixas e móveis, as teles têm investido fortemente em conteúdo. Primeiro, foi a entrada no segmento de TV paga (todas as teles, exceto a TIM, têm pacotes de TV paga). Agora, num segundo passo, as operadoras investem em parcerias (caso da Oi) ou ampliam a oferta (GVT).
A GVT, além da Universal Music (Lady GaGa, Justin Bieber, Paul McCartney, Paula Fernandes, NXZero), também fechou com a Sony Music (Beyoncé, Britney Spears, Shakira, Bruno & Marrone, Jota Quest, Victor & Leo, Zezé de Camargo & Luciano). A Oi contará com o acervo de 12 milhões de músicas da Rdio (de grandes gravadoras, selos independentes e, no Brasil, de distribuidoras como Som Livre, Deck Disk e Oi Música).
A música sob demanda tem ainda um outro apelo, conforme a tele: enquanto o Power Music Club da GVT é gratuito, e disponível apenas para os clientes da banda larga da operadora, o serviço da Oi, embora pago, está disponível para qualquer usuário que queira assiná-lo. Estimativas de empresas de pesquisa apontam que, até o final deste ano, 6 milhões de pessoas acessão algum tipo de serviço de streaming de música. E, até 2016, serão 160 milhões de usuários de música on demand.
E, ainda mais importante, esses serviços podem ser compartilhados nas redes sociais – Facebook e Twitter – pela internet (PC) ou pelos dispositivos móveis (smartphones e tablets). No Facebook, desde o lançamento de aplicativos de música para a nova interface da rede social (Open Graph, que possibilita o compartilhamento de diversos aplicativos), em setembro, os usuários compartilharam músicas de serviços como Rdio, Spotify, Mog, Slacker e Earbits mais de 1,5 bilhão de vezes. E esse número deve crescer ainda mais com outros players como Soundcloud, Rhapsody, Vevo, Songza, iHeartRadio e AudioVroom, que integram serviços de música on demand e, em alguns, também videoclipes.
Universal
O braço musical da Vivendi retomou as negociações com o Citigroup para a aquisição da gravadora EMI. O banco é o controlador da divisão fonográfica da EMI. A disputa pela EMI estava entre a Sony, a Universal e a Warner Music. Com a intervenção da Impala (associação de música independente dos Estados Unidos) por conta do poder significativo de mercado que uma dessas empresas poderia ter sobre o segmento fonográfico, no entanto, as negociações haviam sido congeladas.
Agora, aparentemente, as negociações foram retomadas e a Universal teria oferecido US$ 1,1 bilhão pela EMI Music Publishing e a Warner teria feito uma oferta de US$ 1,5 bilhão. O Citigroup, no entanto, avalia que a EMI vale entre US$ 1,7 bilhão e US$ 1,8 bilhão.
Por conta de diversos fatores – déficit do fundo de pensão da EMI, operações de renda e custos de gravação e publicação de músicas -, no entanto, a Universal estaria financeiramente mais robusta para adquirir a EMI. Ainda que o Impala considere que a aquisição pela Warner seria melhor para evitar o duopólio do mercado fonográfico entre Universal e Sony.
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