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O que levou o D&AD a retirar 2 troféus conquistados pela DM9?

Organização do Festival inglês alega que, além de não informar sobre uso de IA no trabalho, agência teria criado o case unicamente para participar de premiações internacionais


2 de julho de 2025 - 17h28

D&AD DM9

Case “Plastic Blood” teve sua inscrições no Cannes Lions e, posteriormente, no D&AD, retiradas (Crédito: Reprodução)

O festival internacional de publicidade D&AD, realizado em maio em Londres, na Inglaterra, retirou nessa terça-feira, 1, dois troféus que haviam sido conquistados pela DM9 na edição deste ano com o case “Plastic Blood”.

A campanha publicitária, feita para a Oka Biotecnologia, que propunha um alerta ao consumo invisível de microplásticos pelas pessoas, também perdeu os 8 Leões que havia conquistado no Cannes Lions, realizado em junho.

O trabalho mostrava, como forma de denunciar a grande quantidade de microplástico que as pessoas ingerem no dia a dia, sem saber, uma coleção de peças figurativas. De acordo com o divulgado pela agência, em abril deste ano, o “projeto extraiu microplásticos de mil bolsas [de sangue] descartadas, aproximadamente 450 litros, usando um processo de diálise adaptada e isolamento enzimático”.

A DM9 disse, em abril, que o material obtido foi utilizado para impressões de objetos em 3D, que resultaram em uma exposição. A agência, porém, não informou quando e onde a exposição teria acontecido, quais as dimensões das peças e qual foi sua utilização.

Após a repercussão dessa campanha – e de outros cases da DM9 inscritos no Cannes Lions, como “Consumo Eficiente de Energia” e “Gold = Death”, o festival britânico avaliou que a DM9 descumpriu o regulamento de inscrição com o case “Plastic Blood”.

A reportagem de Meio & Mensagem procurou o D&AD, que confirmou que os 2 troféus que a DM9 havia conquistado com a premiação em 2025 foram retirados.

“Foi levado ao conhecimento do D&AD o uso de material enganoso na campanha ‘Plastic Blood’, da DM9”, declarou Donal Keenan, diretor de prêmios do D&AD.

Keenan explicou que, como o uso de IA não foi declarado, a inscrição viola os termos e condições estabelecidos pelo D&AD.

Outra razão apontada pela organização é que o case, segundo o D&AD, foi criado apenas para participar de premiações. “Parte do material do vídeo também foi criado exclusivamente para uso em inscrições de prêmios, o que viola ainda mais os termos e condições”, reforça o diretor.

Diante disso, o D&AD retirou os 2 Wood Pencil que a peça havia ganho, nas categorias Art Direction e Press&Outdoor.

O problema de “Plastic Blood”

Na edição deste ano do Cannes Lions, a campanha “Plastic Blood” havia sido o trabalho brasileiro mais premiado. A peça havia conquistado 3 Ouros (Brand Experience & Activation, Design e Print & Publishing), 3 Pratas (Brand Experience & Activation, Design e Industry Craft) e 2 Bronzes (Direct e Outdoor).

Porém, a própria DM9 comunicou, na última sexta-feira, 27, que realizou uma investigação interna e constatou inconsistência no trabalho. Por isso, a agência retirou a inscrição da peça, devolvendo todos os prêmios conquistados.

A DM9 fez o mesmo com o case “Gold = Death”, que havia sido criado para denunciar o garimpo ilegal em terras Yanomani.
Além disso, a organização do Cannes Lions cassou o Grand Prix e o Leão de Bronze entregues ao trabalho “Economia Eficiente de Energia”, da Consul, após ter detectado manipulações no videocase.

A DM9 não detalhou, no entanto, quais foram as inconsistências que fizeram com que o trabalho fosse retirado do Cannes Lions.

Na semana passada, a reportagem de Meio & Mensagem procurou a Oka Biotecnologia para pedir detalhes sobre o trabalho de publicidade – que, até então, era o mais premiado do Brasil em Cannes.

A diretora da Oka Biotecnologia, Érika Cezarini, disse que foi a DM9 que procurou a Oka e convidou a empresa para participar do projeto. A diretora também disse que o porta-voz que aparece no videocase, Felipe Rocha, não faz parte da Oka de maneira formal e contou que a empresa não teve participação no conceito, criação e nem teve acesso à versão final do trabalho.

“A Oka participou da campanha por alinhamento com sua missão ambiental. Felipe Rocha atuou como representante da Oka e concedeu a entrevista para a produção, sem participação no conceito, criação ou edição. Ele não faz parte formal da empresa e não tivemos acesso à versão final do filme para aprovação”, declarou a diretora.

Veja o case abaixo:

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