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Mídia

TV paga entra em guerra contra pirataria

Formado por empresas da área que atuam em toda a América Latina, grupo fará ações e campanhas de conscientização para inibir a irregularidade no setor, que já atingiria 20% da base


1 de fevereiro de 2013 - 8h58

De toda a base de assinantes de TV Paga da América Latina, cerca de 20% têm acesso aos canais pagos de forma irregular. No Brasil, as estimativas apontam que esse índice está próximo de atingir 10% do total da base e pode crescer ainda mais nos próximos meses. Para tentar resolver de maneira mais incisiva essa questão da pirataria, representantes de diversas empresas da cadeia do setor de TV por assinatura decidiram se unir para colocar em prática uma espécie de plano de guerra para tentar combater aquilo que mais lhes tira o sono: a pirataria.

Nessa semana, durante o Natpe, a Feira da Associação dos Produtores de Programas de Televisão, que acontece em Miami, esses executivos deram corpo a uma ideia que já vinha sendo pensada há algum tempo e lançaram, oficialmente, a Alianza Contra la Piratería de Televisión Paga (Aliança Contra a Pirataria na TV por Assinatura), que reúne operadoras e grupos de mídias que operam em toda a região, como Sky, Globosat, HBO, Televisa, Fox International, Discovery, Disney & ESPN, entre muitas outras.

Pelo Brasil, a Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) é uma das entidades engajadas no projeto, que terá a missão criar uma agenda única de ações e planejamento para tentar barrar o crescimento da irregularidade no setor e conscientizar a população acerca dos riscos da falsificação. “Esse mercado informal começa a trazer problemas bastante sérios. Todas as operadoras, programadores e empresas envolvidas no setor investem em pesquisa, em contratação de pessoal e em tecnologia para poder levar às pessoas serviços de qualidade cada vez maior. Quando surge alguém que pula todas essas etapas e oferece apenas o produto final, isso quebra toda uma indústria de trabalho”, analisa Antônio Salles, coordenador da comissão anti-pirataria da ABTA.

Barato que sai caro
Segundo ele, que salienta que a pirataria cresce de maneira praticamente equivalente em todos os países latinos e até mesmo nos Estados Unidos, existe uma espécie de justificativa cultural que respalda a utilização de recursos irregulares. “É comum ouvirmos que as pessoas recorrem à pirataria por julgar que aquele serviço é caro. Isso não procede mais se considerarmos que, há algum tempo, as operadoras vêm se esforçando para ganhar mercado e competindo entre si com pacotes de preços bem mais acessíveis. Isso já demonstra uma preocupação da indústria em tornar seu serviço acessível”, defende Salles. “Agora, fornecer algo de graça é inviável. E é desse ponto que o mercado informal se aproveita”, complementa.

Gatos e conversores
Se no passado os “gatos” – as ligações irregulares dos cabos que levam o sinal dos canais pagos – eram o grande problema da indústria, agora, a grande pedra no sapato são os conversores digitais. Dotados de um software ligado a conversores originais, esses dispositivos conseguem captar o sinal de todo o pacote de determinada operadora e distribuí-lo na TV na qual é conectado. “Esse mercado ilegal também evolui e fica mais sofisticado. O que nos cabe, do nosso lado, é investir, também, em tecnologia para barrar essa proliferação”, defende o coordenador, revelando também que, nos últimos dias, milhares de conversores utilizados no País já deixarem de funcionar após uma revisão feita nos sistemas de algumas operadoras brasileiras.

Com uma agenda mensal de encontros e reuniões, a Alianza investirá primordialmente na conscientização da população, frisando a ideia de que o simples uso de um aparelho conversor tem o poder de alimentar toda uma sequência criminosa. Para isso, o grupo se baseia na determinação da Justiça Federal que, em dezembro de 2011, proibiu a comercialização, o uso e a publicidade de conversores ilegais de TV paga em todo o País. “Temos a Lei a nosso favor. O que é necessário é que ela seja aplicada com mais rigor”, finaliza Salles. 

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