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Gêmeos digitais impulsionam transformação da rede

Em telecomunicações, a tecnologia pode ser usada para gerenciamento e operações de rede e desenvolvimento de uma melhor experiência para o consumidor


28 de fevereiro de 2023 - 13h35

Como projetar, testar, otimizar e provisionar a implementação de redes digitais? À medida que a demanda por transformação digital aumenta, as teles precisam encontrar novas tecnologias para acompanhar o anseio da indústria e dos consumidores por inovação. Nesse cenário, os gêmeos digitais desempenham um papel crucial no mercado de telecomunicações: garantir a infraestrutura do amanhã, de forma mais rápida, eficiente e sustentável.

Mike Flaxman,  líder de produto na Heavy.AI, Maria Lema, fundadora e CEO na Weaver Labs, Nabil Bukhari, CTO na Extreme Networks, e Adrian Hillier, consultor na TTP (crédito: Victória Navarro)

Mike Flaxman,  líder de produto na Heavy.AI, Maria Lema, fundadora e CEO na Weaver Labs, Nabil Bukhari, CTO na Extreme Networks, e Adrian Hillier, consultor na TTP (crédito: Victória Navarro)

Origem na Indústria 4.0

Machine learning, big data, computação em nuvem e internet das coisas são as tecnologias viabilizadoras da nova revolução industrial, a Indústria 4.0. À frente da conexão entre fábrica, fornecedores, colaboradores e consumidores, a união entre diferentes recursos e engenharias tem tornado o mercado mais digital, interconectado, autônomo e capaz de se comunicar em tempo real.

Com essa nova perspectiva tecnológica, surge o conceito gêmeos digitais, que visa levar uma cópia do mundo físico ao virtual, o que permite que processos, produtos e serviços sejam testados e analisados em sua totalidade e tomadas de decisão de negócios sejam mais eficientes e investimentos mais inteligentes. Entre os elementos que compõem essa tecnologia, estão: modelo do ativo (que descreve sua estrutura), análises (que preveem e descrevem comportamento) e base de conhecimentos (os dados captados via variáveis relacionadas ao ativo do mundo real). Por meio dos gêmeos digitais, é possível levar dados do mundo físico para o digital e, assim, traçar um perfil evolutivo do objeto, bem como identificar resultados de performance, a fim de realizar mudanças de estratégia.

Amy Cameron, diretora de pesquisa na STL Partners, empresa focada no setor de telecomunicações, explicou que “os gêmeos digitais devem ser vistos como uma evolução dos atuais modelos de inteligência artificial”. Entre os propulsores da adoção da tecnologia, estão: o aprimoramento do retorno sob investimento dos negócios, a possibilidade teste contínuo em diversos ambientes e a melhora da experiência do consumidor. A profissional, entretanto, pontou os desafios: alto investimento de desenvolvimento, processo de criação e integração complexos e gestão complicada.

No setor de telecomunicações, os gêmeos digitais podem ser usados para gerenciamento e operações de rede, o que inclui, por exemplo, teste de rede, planejamento de rádio e rede e indicadores-chave de desempenho de rede; representações de nível organizacional, como catálogos de produtos e ecossistemas de parceria; e desenvolvimento de uma melhor experiência para o cliente, com aplicações verticais específicas e suporte governamental.

Uma estrutura de testes contínuos

Stephen Douglas, chefe de estratégia de mercado na multinacional britânica Spirent Communications, ressaltou que, à medida que a indústria e os desejos do consumidor evoluem para experiências mais qualificadas, é preciso boas estrutura de testes contínuos para os maiores provedores de serviços do mundo. “É necessário um modelo de condutividade testado a fim de dar ordem ao caos. A realidade é que nossas redes são novas oportunidades determinísticas para o digital.

Ebru Kirac, VP e head de evolução da oferta de implementação de rede na Ericsson, complementou: “Por conta do fato de os processos estarem interligados por gêmeos digitais, não é preciso nenhuma transferência de integração, porque já está tudo integrado. Assim, pode-se interrogar, interpretar e entender o objeto, bem como construir algoritmos de valor”.

O profissional da Ericsson, ainda, apontou que as mini indústrias também já estão adotando os gêmeos digitais, uma vez que traz muitos benefícios ao enriquecer a aprimorar atividade. “Essa tecnologia ajuda em atividade fora da prateleira e vem ajudando em deficiências verticais e significativas”, disse.

De olho no potencial da união entre o físico e o digital, a Ericsson está construindo cidades gêmeas, com o objetivo de impulsionar o lançamento da quinta geração de tecnologia móvel. A empresa de tecnologia sueca usa o software digital da Nvidia para construir modelos capazes de testar o 5G, o Omniverse. “Queremos compreender as nossas redes e descrevê-las de forma que reduza e elimine gastos desnecessários”, complementou Kirac.

A infraestrutura de gêmeos digitais está usando blockchain, disse Maria Lema, fundadora e CEO da empresa de conectividade Weaver Labs. A disseminação da blockchain tem o potencial de fornecer aos gêmeos digitais segurança e privacidade, via rede ponto a ponto e estrutura de dados criptografados.

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