Por onde for quero ser seu par. Ou não.

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Opinião

Por onde for quero ser seu par. Ou não.

O BBB 23 expôs uma realidade que conhecemos bem: a vida em duplas. O que a nova dinâmica do programa tem para nos mostrar?


10 de fevereiro de 2023 - 14h00

Tanto no BBB quanto na área criativa, estar preso a outra pessoa pode determinar tudo que vem pela frente (Créditos: Twitter)

Mais um Big Brother está no ar e enquanto os publicitários focam nas marcas mais vigiadas do Brasil, meu olhar foi direto para a dinâmica de colocar os participantes em duplas arranjadas na primeira semana. Os pares foram definidos pelo público e ouso dizer que essa decisão pode ter desenhado o rumo das semanas seguintes.

Você nem precisa gostar ou assistir para imaginar que teve de tudo: Amigos de infância, inimigos mortais, conflitos por coisas bobas e o que mais o bom entretenimento pode proporcionar quando estranhos são trancados em uma casa e a chave é jogada fora. Ainda teve o tempero sádico de unir os braços das duplas com um tipo de algema.

No final da primeira semana já tinha um culpando o outro pelo fracasso ou agradecendo pelo sucesso da soma e até casal. Já separados, alguns prometeram defender sua dupla a qualquer custo, outros nem estavam considerando o par no pódio da final. Enfim, uma amostra grátis de um relacionamento a dois.

A vida em dupla parece familiar pra você? Qualquer semelhança com o dia a dia na área criativa não é mera coincidência. Tradicionalmente, redatores e diretores de arte são unidos em prol de uma entidade que passa a desenhar duas carreiras como se fosse apenas uma.

Como em qualquer dupla de pessoas que convive por longos períodos de tempo, um casal, por exemplo – ou pipocas e camarotes – o relacionamento pode dar muito certo ou muito errado. Cada um vem de um passado diferente, às vezes com valores opostos e objetivos que miram em caminhos que não se encontram.

Nunca tive dupla fixa, costumava ser a única redatora que circulava entre todos os diretores de arte das agências em que trabalhei. Esse modelo me deu a oportunidade de trabalhar com um número enorme de pessoas incríveis e talentosas. Aprendi diferentes formas de criar, conheci muitos pontos de vista e fiz grandes amigos.

Ao mesmo tempo, com as duplas que tive uma conexão maior, vi a mágica acontecer. Ali, naquelas relações que de fato transformaram duas pessoas em uma só entidade, objetivos opostos viraram complementares. A vida em dupla permite que um cubra a vulnerabilidade do outro, que um fortaleça o outro.

Mas nem sempre a vida é bela. Assim como no BBB, parte das duplas não é formada por amor, e sim é “arranjada”. E, assim como no BBB, isso pode tanto levar pra final ou pra eliminação no primeiro paredão. Como fazer a simbiose acontecer?

Tanto no BBB quanto na área criativa, estar preso a outra pessoa pode determinar tudo que vem pela frente. As decisões precisam ser unânimes, seja sobre o caminho de uma campanha ou sobre os próximos passos da carreira. Mesmo com todos os desafios que a convivência traz, esse é um formato que tem funcionado há décadas, e nem ouso levantar aqui o questionamento sobre ser o melhor modelo ou não.

Tem sido interessante acompanhar o desenrolar da vida em duplas pela televisão. Apesar da obrigação do jogo a dois, as individualidades ainda se sobressaem e precisam se acomodar para achar um lugar confortável em comum. Diferente de nós criativos, apenas um vai ganhar no final.

Talvez o grande segredo seja lembrar que ganhamos ou perdemos juntos. O caminho não é o meu ou o seu, mas sim o que nos levará ao melhor resultado. E acho que pensando em trabalho, a equação é mais fácil do que parece. Já quando envolve objetivos de carreira, o buraco é mais embaixo.

Esse é assunto para outro artigo. Nesse eu quis dividir minha reflexão, pois achei curioso assistir de fora o ecossistema das duplas. Mesmo fã de Big Brother desde o primeiro ano, nunca tinha me sentido tão representada como nessa edição. Pelas duplas que deram certo, e pelas que não deram também.

O que fica, é a expectativa pelo desfecho. Será que as duplas simbióticas chegarão até a final e as menos sintonizadas ficarão pelo caminho ou seremos surpreendidos? De fato, a definição dos pares definiu a edição? Que venha abril, seus feriados e a resposta do milhão (e meio).

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