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Opinião

Web Summit: conteúdos aplicados ao cotidiano

Enquanto encontros como o SXSW são mais um farol que aponta tendências mais à frente, o evento de Lisboa trata temas quentes para o agora, com aplicações práticas de Inteligência Artificial, Voice Recognition, Realidade Misturada e Progressive Web Apps


13 de novembro de 2018 - 14h36

“Yossi Vardi disse que após investir em mais de 100 startups ele aprendeu que a única feature que funciona em qualquer plataforma digital é observar o usuário” (Crédito: divulgação/Web Summit)

Foi a minha primeira vez no Websummit em Lisboa. Entre 2016 e 2018 eu visitei mais de 20 eventos diferentes. Nenhum deles foi parecido com o Summit da Web em Lisboa que aconteceu esse mês. Tudo lá é superlativo e ele te causa a sensação de “uau” o tempo todo.

Começou com uma palestra do Tim Bernes Lee – o fundador da Web – fazendo um convite para, juntos, repensarmos os fundamentos essenciais da Web que ele mesmo criou. Segundo ele, estamos bem perto de chegar em 50% da população mundial acessando a web. As provocações dele são: e a outra metade que não tem acesso ainda, como fica? E a metade que tem acesso, está fazendo um bom uso desse privilégio? Ótimos aquecimentos para iniciar o evento.

Tinha gente do mundo inteiro, um público estimado em 70 mil pessoas pelos organizadores. Eu contei 5 pavilhões e andei de lá para cá deslumbrado com a quantidade dos conteúdos disponíveis. Era uma mistura de palestras, estandes com empresas consolidadas e startups discutindo o presente e o futuro das tecnologias e o impacto delas na sociedade. Foi possível entrar em uma palestra que falava sobre mídia digital, sair e entrar em outra sobre Quantum Computing, passar por outra que explicava porque os teclados vão sumir no máximo em 5 anos e assim por diante.

Para mim, uma diferença marcante do Websummit para o SXSW de Austin é que no primeiro, você tem conteúdos mais aplicados ao nosso cotidiano. O SXSW funciona como um farol que aponta tendências mais à frente. Muitos temas quentes para agora foram abordados no Summit de Lisboa, com aplicações práticas de Inteligência Artificial, Voice Recognition, Realidade Misturada, Progressive Web Apps e tecnologias disponíveis para serem usadas agora.

O evento é uma espécie de Meca para quem for startupeiro. Se você for essa pessoa, tem que ir. Lá você encontra startups do mundo todo, empresas de venture capital, coachers, mentors e, se inscrevendo previamente, é possível fazer um pitch em inglês nos vários espaços para isso e quem sabe voltar com um cheque de um investidor na mala.

Elegi três assuntos que eu mais gostei de lá. Uma escolha bem difícil, adianto em dizer. A primeira foi ouvir o investidor israelense Yossi Vardi dizer que após investir em mais de 100 startups ele aprendeu que a única feature que funciona em qualquer plataforma digital é observar o usuário. Ele deu o nome de “user first feature”.

A segunda que mais gostei foi ouvir o Senior Managing Director da Accenture Yves Bernaert dizer que no futuro breve não vamos mais precisar saber codificar. Para ele, todo programador terá que ser designer e entender de usuários pois a inteligência artificial vai gerar os códigos sozinha. Ele disse que teremos que ensinar a AI a programar e testar, num conceito que chamou de “teach and test”.

Por último, não menos importante, gostei de poder conversar com pessoas de outros países e ver que temos bastante similaridade nos desafios para lidar com os projetos tecnológicos no dia-a-dia. No próximo ano, pretendo voltar e quem sabe a gente se encontra por lá.

 

Crédito da imagem no topo: Pixabay/Pexels

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