ProXXIma
3 de junho de 2020 - 8h04
Em tempos, onde investir energia prevendo o futuro virou um exercício que traz mais ansiedade que respostas concretas, vou fazer um convite, que pode não ser o mais sedutor, mas garanto trará resultados concretos e relevantes ao seu negócio.
Se na vida real, reservamos um tempo para limpar e organizar nossos armários, temos durante essa quarentena, uma ótima oportunidade para fazer a mesma tarefa nos ativos digitais de nossas empresas e marcas.
Acredite! Você ficará surpreso com os desperdícios de dinheiro, energia e mensagens inconsistentes que foram sendo acumuladas pelo caminho.
Termos como UX (jornada do usuário), CX (jornada do consumidor) ou Design de Serviços irão ganhar ainda mais relevância, catapultados pelos novos hábitos digitais das pessoas, mas sem termos os fundamentos básicos bem organizados, podemos estar adicionando complexidade ao sistema.
Minha experiência aponta uma tendência a pensarmos em criar mais ativos digitais e ir deixando para trás aqueles que já temos, assim como fazemos com nossas roupas velhas que vão sendo empurradas, pouco a pouco, para o fundo do armário.
1.Revise o ecossistema digital da sua empresa e marcas:
Você tem um mapa de todas as propriedades digitais existentes da sua empresa? Caso não, sugiro desenhar um quadro com todos os ativos digitais existentes e seus respectivos links (exemplo: site corporativo tem links para páginas corporativas de Linkedin, Facebook e Twitter, por exemplo). Agora vá até essas páginas e confira se existe um link para o site.
Esse mapeamento irá produzir um desenho parecido a um sistema solar, onde você irá identificar onde o tráfego digital chega e como é distribuído (ou perdido), bem como qual ativo representa o Sol ou o centro receptor e distribuidor de tráfego.
Ao longo desse exercício você já irá reparar sites soltos, redes sociais desatualizadas ou sem papel, páginas promocionais vencidas, entre outros.
Nas minhas faxinas sempre encontrava sites de promoções passadas ainda no ar, confundindo consumidores e gastando recursos da empresa ou redes sociais sem sentido e sem papel estratégico.
Após feito o mapeado, hora de verificar se as mensagens comunicadas por marca ou empresa estão consistentes. Não se surpreenda se encontrar mensagens desalinhadas nos vários canais agora mapeados.
2. Redes Sociais:
Na sequência vale fazer uma boa faxina nas redes sociais. Se na etapa anterior todas foram mapeadas, agora responda: qual o papel de cada rede social ativa na estratégia da sua empresa ou marca?
Lembre-se que uma rede social é um canal de conversa, logo ter um papel, tom de voz, regras de comportamento e conversa, além de monitoramento são essenciais.
Ter uma conta no TikTok, por exemplo, por ser a rede social do momento, pode estar causando mais dano que aportando valor à sua empresa ou marca. Por que você está nessa rede? O que sua marca ou empresa aporta às pessoas que lá estão?
Lembre-se: importante ser relevante onde você se manifesta versus simplesmente estar e sem papel.
3. Influenciadores:
Recentemente tivemos casos dos riscos atrelados a associar marcas a influenciadores, apenas pela sua capacidade de alcance. Vivemos tempos onde nossa tendência será a de aprofundar nossa afinidade com “o que” acreditamos, logo vale aproveitar a faxina para revisar todos os contratos e associações com influenciadores que sua marca ou empresa está usando.
Em empresas grandes é comum marcas contratarem o(a) mesmo(a) influenciador(a) para campanhas e mensagens diferentes. E pagando muito mais caro, quando poderia ter um contrato só.
4. Como sua empresa/marca está posicionada na prateleira digital?
Temos o hábito de recorrer a um buscador, com frequência, para responder dúvidas e facilitar nossa navegação digital, certo? Pergunta: o que aparece quando alguém busca o nome de sua marca ou empresa nesses buscadores? Você tem alguma estratégia de buscas ativa?
Caso negativo, boa hora para pensar em uma e caso afirmativo, boa hora para revisar resultados e fazer ajustes, considerando novos hábitos.
Com muito mais tráfego digital, as buscas tem se sofisticado e elaborar uma estratégia de palavras chave para sua empresa ou marca é fundamental. A Nestlé, por exemplo, que tem como pilares a Saúde, Nutrição e Bem-Estar, porém não aparece nas buscas por nenhum desses termos.
Qual a sua categoria e por que atributos ou palavras você gostaria que sua empresa ou marca fossem encontrados pelas pessoas? Após encontrados, onde esse clique levaria essas pessoas? Site, rede social, aplicativo, e-commerce…como essas pessoas seriam recebidas ao entrar? Qual a sua experiência?
5. Atenção nos Dados:
Certamente sua empresa ou marca tem alguma base de dados e segue ou passou a coletar mais informações de seus consumidores de alguma forma ou tem essa oportunidade e ainda não está preparada.
Onde estão esses dados? Existe algum padrão de ação para eles? Existe uma base de dados corporativa ou cada marca ou produto tem sua base independente? Quem não havia acordado para o e-commerce ainda, foi empurrado a olhar esse canal. Dados devem ser transformados em informação e em vantagem estratégica, mas isso é tema para outro artigo.
Você havia parado para refletir sobre os pontos acima? Repare que uma “simples faxina” pode resultar numa oportunidade de posicionamento estratégico, redução de custos e novas oportunidades de negócios.
Boa semana e uma produtiva faxina digital!
(*) Alexandre Waclawovsky | Wacla é Sócio Fundador da New Way Consultoria