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Estamos na era do imagetelling. Por Valéria Perito
Sócia-diretora da Ketchum Estratégia acredita que contar histórias por meio de mecanismos que vão além das palavras é a ótica que deve ser adotada por todos os profissionais de comunicação
Estamos na era do imagetelling. Por Valéria Perito
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11 de junho de 2013 - 3h16
Por Valéria Perito
Sócia-diretora da Ketchum Estratégia
Neste momento, seus olhos procuram informações relevantes que enriqueçam seu repertório. De preferência, num formato agradável e, se possível, com uma ou mais imagens bem ilustrativas. Inconscientemente, seu cérebro pode estar dizendo: “Procuro imagens que me convençam a ler este artigo até o fim.” Estaríamos na “era do imagetelling”?
Como é sabido, a comunicação por meio de imagens antecedeu a escrita: as pinturas rupestres datam de muito tempo antes dos primeiros registros escritos. Ao longo da História, imagens sempre foram utilizadas como sinalizadores, informativos, decoração, abrigando teores artísticos, ideológicos, emocionais. Elas transmitem mensagens e conceitos, ilustram ou falam sem a necessidade de palavras.
Estamos no século XXI. Na era da internet e da velocidade das informações, nada repercute com tanta eficácia quanto imagens. Basta acessar qualquer site ou rede social para perceber como conteúdos com imagens geram muito mais engajamento do que os meramente textuais.
É indiscutível que as imagens agregam muito valor aos conteúdos contemporâneos. Vide o sucesso das redes sociais Instagram, Pinterest, Flickr, entre tantas outras. Sem contar com os memes, uma verdadeira febre no Facebook, e os infográficos, que transformam dados em informações palatáveis. Até o Twitter se rendeu a essa nova realidade, permitindo aos usuários compartilharem imagens onde antes só havia caracteres.
O conteúdo textual tende a ser muito mais preciso, uma vez que pode se apoiar em técnicas de redação como a descrição e a narração. Já no caso das imagens, os conceitos podem ser assimilados de maneira abstrata, estando sujeitos à avaliação particular de cada receptor, baseada em fatores como bagagem cultural, valores e opiniões. São inúmeros os casos de campanhas tiradas do ar por terem imagens consideradas ofensivas pela sociedade. O que é ofensivo para um, não é necessariamente ofensivo para outro.
Cada vez mais, contar histórias por meio de mecanismos que vão além das palavras é a ótica que deve ser adotada por todos os profissionais de comunicação. Pensar sobre a história que gostaria de contar e, assim, determinar se ela será mais atraente para o público-alvo se for impressa, em formato mais visual, em áudio, ou outro formato qualquer, e aí espalhá-la por todos os canais possíveis.
Entre os desafios que os comunicadores devem encontrar pela frente, está a superação de sistemas de gestão de conteúdo que ainda estão enormemente voltados ao texto e à impressão, e, quando muito, a imagens estáticas. Outra dificuldade é encontrar profissionais com "habilidades crossover”, que saibam contar histórias interessantes para públicos diferentes e ainda conheçam desenvolvimento de conteúdo para a web, edição de áudio e vídeo, além de análise de dados.
Em um mundo onde pessoas, empresas e marcas brigam pela atenção de seus públicos de interesse, em meio a um batalhão de informações, não basta apenas contar histórias por meio de imagens. Deve-se saber como, quando e – principalmente – onde utilizá-las. Bom senso e interatividade sempre andaram juntos, agora mais do que nunca.
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