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Liderança em tempos de crise: como manter sua equipe 100% engajada

Os líderes de hoje precisam ser flexíveis e ter a capacidade de se adaptar. Precisam estar realmente dispostos a criar novos hábitos, implementar novas práticas e processos e estarem preparados para disseminar uma sensação de segurança para a equipe.


17 de junho de 2020 - 8h05

 

Por Sergio Pedroso (*)

Desde o início da COVID-19, fomos forçados a experimentar mudanças que têm gerado angústias. A incerteza tem sido uma constante. No Brasil, foram perdidos quase cinco milhões de empregos no período de fevereiro a abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Medidas como mudança na estratégia, implementação de novas tecnologias ou reajuste orçamentário são importantes, mas o que realmente vai manter o negócio produtivo é uma liderança adequada a este momento que estamos vivendo.

Os líderes de hoje precisam ser flexíveis e ter a capacidade de se adaptar. Precisam estar realmente dispostos a criar novos hábitos, implementar novas práticas e processos e estarem preparados para disseminar uma sensação de segurança para a equipe. Alguns conselhos para colocar isso em prática são:

 

1 – Seja completamente transparente

 

A comunicação direta e honesta é fundamental. A pandemia é o exemplo mais claro de como este passo é importante. Informar sua equipe sobre o que irá acontecer com suas funções, se serão ou não necessários em uma suposta nova estrutura, e quais precisarão se adaptar à medida que a nova estratégia avança é essencial para evitar uma surpresa e o sentimento de traição e perda de confiança do funcionário — algo que é muito difícil de recuperar depois. E isso leva a uma outra verdade: a de saber lidar com as emoções.

 

2 – Não minimize as emoções

 

A depressão e a ansiedade são responsáveis por um grande impacto econômico: estima-se que, anualmente, custam US$ 1 bilhão em perda de produtividade para a economia global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já ouvi falar muitas vezes que as emoções são uma força esmagadora que, se não forem bem conduzidas, podem afundar a organização em conflitos emocionais. No entanto, elas surgem inevitavelmente e, em momentos sensíveis como esse que estamos vivendo, elas devem ser ainda mais consideradas. Gerald Zaltman, professor da Harvard Business School, diz que 95% das decisões são tomadas pelas emoções, o que leva a crer que um líder que saiba geri-las da melhor forma, certamente terá bons resultados.

 

É imprescindível que os líderes não assumam que sabem o que os seus colaboradores sentem. Existe uma infinidade de variáveis que influenciam uma emoção. A idade, por exemplo, é um elemento. Pessoas com mais de 40 anos tendem a resistir às mudanças e, consequentemente, a terem mais dificuldade para lidar com as suas emoções. Muitas vezes, isso gera um conflito interno porque preferem não expressar a dificuldade que estão tendo em se adaptar. Já os millennials, costumam ser mais entusiasmados com as mudanças, desde que traga algum benefício a eles, como novas competências, visibilidade ou incremento no salário.

 

Dessa forma, dar espaço para que a sua equipe compartilhe seus sentimentos sobre os desafios  que enfrentam no processo de adaptação, é fundamental na comunicação com ela.

 

3 – Não esqueça da importância de cada um da sua equipe

 

Com frequência, a liderança está sempre tão ocupada com os objetivos de negócio (como eficiência operacional, economia de gastos e oportunidades de expansão) que acaba acelerando demais suas equipes, sem dar tempo para que eles se lembrem da importância que têm na empresa.

 

Dar autonomia aos seus colaboradores para que desempenhem na plenitude suas funções, gera um incentivo para que sejam mais criativos e se sintam parte da mudança; sendo a melhor forma de empoderá-los. Empresas que criam um clima de participação e igualdade entre seus colaboradores são muito mais saudáveis, porque essa prática afeta diretamente a motivação das pessoas e, consequentemente, a produtividade.

 

Dessa forma, os líderes têm um papel muito importante nas organizações: o de incentivar e apoiar a comunicação e integração da equipe, para gerar melhores resultados a todos. As mudanças sempre existiram e existirão nas empresas, sendo, inclusive, necessárias. E uma liderança competente e inspiradora irá resultar em uma equipe motivada e cheia de vontade de fazer acontecer — o sonho de toda a empresa.

(*) Sergio Pedroso é gerente de Comunicação da Zendesk para a América Latina

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