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Você conhece a personalidade da sua startup?

Histeria, fobia, depressão e psicose podem ser fundamentais para o sucesso do seu negócio.


24 de agosto de 2020 - 8h01

Por Fátima Bana (*)

Diferente de uma pessoa, uma empresa pode ter várias personalidades e usar cada uma delas, em um momento oportuno. O mix completo para o sucesso empresarial tem a ver com a capacidade de aprender, de ouvir e de executar dos seus líderes, por isso, mesclar diferentes perfis ao desenhar a estrutura do seu negócio pode ser crucial para uma startup.

Segundo Fátima Bana, mestre em comportamento de consumo digital e graduanda em Neuropsicologia, o ideal seria mesclar características chaves da personalidade humana para criar a startup perfeita. Embora não existam melhores nem piores, a especialista reforça que conhecer as principais características da personalidade do líder e dos seus pares tornará a condução da empresa mais flexível.

“Algumas pessoas acreditam que toda startup é rápida, que toma decisões na velocidade da luz e que seu corpo diretivo é extremamente motivador. Mas essa regra não se aplica a todas. Tanto é que nos últimos meses, muitas novas empresas surgiram, enquanto outras deixaram de operar, demitiram e deixaram os entusiastas do setor com aquela famosa ‘pulga atrás da orelha’” – pontua.

Para exemplificar a importância dessas características, Fátima Bana fez uma analogia entre os seis grandes grupos de personalidades que conhecemos no ambiente psicológico com os diferentes tipos de startups. Conheça:

Startups Histéricas: aquelas que possuem uma “teatralidade”, são ávidas pela mídia e precisam aparecer. Costumam deixar tudo que fazem em um tamanho maior do que realmente é, dando um toque de dramaticidade ao que apresentam. No mercado, chamam sempre muita atenção, embora, por trás, costumam ter uma insegurança grande e, quando envelhecem, tendem a não querer sair da adolescência. Criam uma cultura voltada para rejeitar o quem vem de fora. Têm como ponto extremamente positivo a motivação para aprender e podem ser muito bem-sucedidas se sentirem que estão acompanhadas e consentidas.

Startups Fóbicas: inquietas desde o surgimento, são aquelas com maior mobilidade. Criam mil produtos, centenas de negócios diferentes e sentem uma grande necessidade de mostrar que não estão paradas. Possuem, inclusive, uma dependência desse movimento. Porém, como são evasivas, acabam criando pontos cegos internos para os problemas reais e focando no “escape” para o novo a todo tempo. Como ponto positivo, são as mais criativas e tendem a lançar “moda”.

Startups Obsessivas: caracterizadas pela ordem e controle, não esperam realizar uma reunião com a participação de todos os colaboradores da empresa já que estão sempre focados em “guardar”. Também não permitem receber “pitacos” de ninguém de fora sobre suas medidas internas, mesmo que malfeitas. Ao contrário das histéricas, esse tipo de startup mantém a racionalidade em destaque. Pra elas, o que vale é estar sempre no controle e na ordem e podem se perder em seus próprios medos e se tornarem neuróticas, perseguindo sua própria ética e moral. Se trata daquela empresa em que não pode divertir-se enquanto outros estão ocupados e, acredite, tudo pode parecer diversão para um obsessivo. Do ponto de vista positivo, a motivação será sempre útil, como criar ordem e sistemas, cobranças financeiras que podem ser muito uteis em processos de due dilligence, além de deixar qualquer investidor seguro por manter sempre um ponto de equilíbrio na previsão.

Startups Psicopáticas: essas desenvolvem seus objetivos de forma impulsiva e veloz, não existe lapso entre o pensamento e a ação. Geralmente, não possuem muito planejamento, nem OKRs. O objetivo está na vontade de ser a melhor e tanto quanto as primeiras aqui citadas, elas precisam aparecer. O desejo do poder costuma ser enorme.  Utilizam da inoculação com mensagens que constituem uma ordem no receptor. Não temos muitas visões positivas em personalidades psicopáticas, assim como não possuem motivação para aprender, porém, tendo em vista isso com rapidez, pode-se dar um “cavalo de pau” e com pessoas de nível mais sênior garantir uma melhor evolução. Potencial ali não falta.

Startup Depressiva: existem empresas deprimidas e depressivas. Na primeira, todos tem motivação de ajudar. No segundo caso, não há muito o que fazer, pois eles acabam sempre pensando muito mais no concorrente e como ele se fez bom, costumam ser aquelas com pouca objetividade em relação a si própria. Costumam ser rígidos nas normas, mas acabam implicando no erro e na insegurança excessiva. O ponto mais positivo desse tipo de empresa está na evolução, se não criar metas gigantes para se auto sabotar, sem dúvida, não irá escolher pelo fracasso.

Startup Esquizoide: são as racionais. O ideal para esse tipo de personalidade é alto, assim como sua consciência e moral. Não se trata de uma empresa familiar, uma vez que família abraça o erro e perdoa, mas se trata de uma empresa que segue premissas justas. Como as pessoas dessa personalidade acabam sendo muito teóricas, costumam ser desapegadas. Entre todos, esse é o perfil mais positivo e com tendência a não se sabotar para o sucesso.

Fátima Bana finaliza com uma reflexão. “A variedade e plasticidade das funções fazem o melhor de toda startup. Então, que tal se fazer valer do melhor de cada uma e incorporar o senso estético dos histéricos; a rapidez de mudança das fóbicas; a ação rápida do tipo psicopata; a delicadeza da depressiva; o senso de justiça e de distanciamento do esquizoide e a orientação ao objetivo sistêmico do obsessivo?”

(*) Fátima Bana tem formação internacional na área de marketing pela University of Califórnia (UCLA / USA). Atualmente, é graduanda em Neuropsicologia. Possui sólida carreira com ampla experiência em liderança de equipes, planejamento e implantação de e-commerce, gestão empresarial e negócios digitais, atuando como líder em grandes empresas, criando e implantando soluções corporativas. Já foi diretora executiva em companhias como Gafisa, Accenture e Tivit, e ocupou o cargo de Head de Marketing na LATAM. Além disso, foi CMO da Buser e conselheira de diversas startups.

 

 

 

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