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Vulnerabilidade x internet das coisas: qual é a relação?

Esse é o começo da era da internet das coisas, tempo onde os objetos do cotidiano estarão conectados uns aos outros, conversando, interagindo e tornando nossa vida mais fácil


9 de outubro de 2015 - 2h38

(*) Por Marcello Lins

O ano é 2018. Você sai do trabalho e está a caminho de casa. Durante o percurso, sua geladeira envia uma mensagem para seu celular, lembrando-o de que você está sem refrigerante e indicando o supermercado mais próximo. Chegando a casa, a garagem abre automaticamente (pois seu celular está conversando com o sistema de segurança caseiro), a televisão liga no seu programa favorito, o ar condicionado regula a temperatura, as luzes ajustam a claridade e o micro-ondas apita, indicando que sua pipoca com manteiga está pronta. Esse é o começo da era da internet das coisas, tempo onde os objetos do cotidiano estarão conectados uns aos outros, conversando, interagindo e tornando nossa vida mais fácil.

Apesar de parecer com um futuro utópico, digno de Star Trek, esse movimento está se tornando uma realidade. Grande parte dos fabricantes de bens de consumo “comuns”, como eletrodomésticos, já está testando versões dos seus produtos (torradeiras, geladeiras, cafeteiras etc.) com conexão à internet. No entanto, embora essas empresas tenham um grande know-how sobre a fabricação desses eletrodomésticos, elas conhecem pouco sobre as implicações dessa conectividade. E é aí que mora o problema.

Imagine essa conectividade se voltando contra você: que sua geladeira, ao invés de te avisar sobre algo faltando, regulasse repentinamente a temperatura estragando todos os seus produtos. Ou que sua televisão fosse usada para te mostrar propagandas o tempo inteiro. Ou, ainda, que o sistema do seu carro fosse “hackeado” por alguém dirigindo próximo a você e causasse um acidente.

O movimento internet of things – ou internet das coisas – está transformando aparelhos comuns do nosso dia a dia em versões conectadas e vulneráveis. Um estudo feito pela HP mostra que 70% dos produtos conectados atualmente têm sérias vulnerabilidades facilmente exploradas. A principal razão por trás dessa vulnerabilidade é a falta de experiência dos grandes fabricantes nesse campo de atuação.

A defesa e segurança de computadores é um campo que já existe há anos e muito do conhecimento acumulado ao longo desse período pode ser aplicado nesse novo segmento chamado de internet of things security (IoT Security). O aproveitamento desse conhecimento pode tornar o processo de proteção mais simples e rápido do que seria se começasse do zero. Agora é o momento de aumentar a consciência das empresas fabricantes sobre esse problema. Profissionais de segurança da informação devem chamá-las à mesa para discutir a questão e propor soluções. Em alguns anos, a segurança da sua geladeira será tão importante quanto a segurança do seu notebook ou tablet.

(*) Marcello Lins é desenvolvedor da BigData Corp

 

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