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C&A detalha como o ESG tem transformado a moda

Cyntia Kasai, gerente de ESG da C&A Brasil, analisa a importância das práticas para a indústria e na atração de consumidores


3 de novembro de 2021 - 6h00

Moda é um dos setores mais desafiados na questão ambiental (Crédito: Jelena Kuznetsova/ Shutterstock)

Poucos conceitos ganharam tanta força recentemente quanto o ESG. A sigla diz respeito às práticas ambientais, sociais e de governança das companhias. O termo foi cunhado, pela primeira vez, em 2004, em publicação do Pacto Global, em parceria com o Banco Mundial. O contexto se deu em provocação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de instituições financeiras. Passados 17 anos, o ESG se tornou pauta indispensável para as companhias e encontra reforço no comportamento do consumidor que busca marcas alinhadas aos seus valores e propósitos. O ESG gera valor. Segundo levantamento da Bloomberg, o mercado de ESG global está estimado em US$ 30 trilhões. Até 2025, o montante deve chegar a US$ 53 trilhões. Mas, como a moda, um dos setores mais desafiados pela questão ambiental, está levando o ESG para sua estrutura? Cyntia Kasai, gerente de ESG da C&A Brasil, fala sobre os avanços da varejista no tema e como a parceria com startups pode impulsionar a sustentabilidade e a governança.

Cyntia Kasai, gerente de ESG da C&A Brasil (Crédito: Divulgação)

Meio & Mensagem – Como o ESG está presente na estrutura da companhia?
Cyntia Kasai – A sustentabilidade é uma premissa para a C&A e, por isso, sempre direcionamos os esforços para implementar tecnologias e iniciativas que agreguem à trajetória de contribuir para moda com impacto positivo junto às clientes, mercado e setor. Nosso percurso em relação à sustentabilidade sempre foi norteado e alinhado à C&A Global, contribuindo para a unicidade nos projetos. Em 2009, implantamos oficialmente no Brasil a área de sustentabilidade, para apoiar as áreas de negócio a incluírem em sua estratégia fatores socioambientais. Em 2015, como parte do processo de evolução da C&A no mundo todo, esses temas foram integrados à plataforma global de sustentabilidade – alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Este ano, estruturamos a área de ESG (Environment, Social and Governança) para ampliarmos a criação de valor de longo prazo. Um grande avanço da C&A em relação à sigla “E” foi o lançamento, em outubro de 2020, da coleção Ciclos – primeira coleção Certificação Cradle to Cradle (C2C) em nível Gold produzida 100% em território nacional. Com este lançamento, a C&A se tornou a primeira varejista de moda nas Américas a lançar produtos feitos no Brasil com esta certificação internacional, que assegura que cada peça foi desenvolvida com materiais e produtos seguros, circulares e feitos de forma responsável. Cada peça certificada da coleção Ciclos foi produzida com algodão mais sustentável e insumos químicos seguros, além de fomentar o uso de energia renovável e a gestão de água no processo de produção. Foram mais de dois anos que nossos times trabalharam lado a lado com fornecedores, desenvolvendo-os para atender aos rigorosos processos da certificação. Em relação à sigla “S”, todas as iniciativas de responsabilidade social da C&A são realizadas por meio do Instituto C&A, braço social da varejista no País que, em agosto deste ano, completa 30 anos de atuação em todo território nacional. Enquanto a C&A é uma plataforma para ser e se expressar por meio da moda, o Instituto C&A é uma plataforma para fortalecer comunidades por meio da moda. Essa coerência, atuação conjunta e colaborativa são nossos grandes diferenciais, pois tudo o que fazemos no instituto dialoga de forma transparente com C&A e com o coração da marca, que é a moda. O Instituto C&A e a C&A estão muito mais juntos, como dizemos, inclusive, em nosso posicionamento de marca, o Instituto C&A Muito Mais Juntos. Estamos comprometidos em manter elevados padrões de governança corporativa, baseada em princípios que privilegiam a transparência, equidade no tratamento dos acionistas, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Buscamos continuamente a melhoria da nossa estrutura de governança corporativa e o aprimoramento de controles internos.

M&M – Qual é a importância do ESG nas indústrias e na atração de consumidores?
Cyntia – Práticas de sustentabilidade, transparência e coerência de discurso e atitude são valores cada vez mais presentes no processo decisório de compra do consumidor. Ao mesmo tempo que a cliente procura uma marca que inove e que traga o melhor da moda e estilo, ela prioriza as empresas em que confia em diferentes sentidos, desde a qualidade da roupa que ela deseja até a forma como a companhia extrai os recursos naturais usados para confecção de uma calça jeans, por exemplo. Acreditamos, portanto, que a demanda por uma moda ainda mais pessoal, com dimensão de consciência e sustentabilidade e de responsabilidade em linha com os critérios ESG seja cada vez maior. O consumidor cobra essa postura das empresas e é isso que ele encontra na C&A.

M&M – Como centros de inovação auxiliam na criação de materiais mais sustentáveis? Como as startups podem ajudar no processo ESG?
Cyntia – A inovação também faz parte dos processos de produção e deve estar alinhada aos critérios ESG.  E quando falamos em inovação, a C&A é uma empresa Fashion Tech, por isso, vem investindo e apostando em diferentes tecnologias, parcerias e na transformação digital da sua operação. As parcerias com startups são fundamentais para trazer soluções práticas para o nosso negócio. Um exemplo de inovação para a sustentabilidade, foi a criação da plataforma Fashion For Good pela C&A Foundation, em conjunto com outros parceiros. Em março deste ano, lançamos a segunda coleção cápsula de jeans com redução no uso de água no processo de lavanderia de 80% – índice superior aos alcançados na 1ª coleção lançada em 2020. Este resultado é fruto da evolução da parceria entre C&A e os seus fornecedores. Na prática, por meio de tecnologia, que controla com precisão o volume de água, energia e químicos usados em cada lavagem de uma calça, jaqueta ou outra qualquer peça jeans na etapa de lavanderia. Isso poupa tempo, recursos e reduz os impactos ambientais. Para cada calça jeans desta coleção cápsula foram usados até 7,4 litros de água na etapa de lavanderia. No processo usual, são necessários cerca de 48,8 litros de água para realizar a lavagem de uma peça.

Em abril deste ano, demos mais um grande passo nesse sentido, sobretudo frente à sustentabilidade e ao monitoramento da nossa rede de fornecimento com a implantação da tecnologia blockchain junto aos nossos parceiros. Com ele, o sistema da C&A e dos nossos fornecedores será integrado em tempo real, conferindo visibilidade para a produção de cada peça, do começo ao fim, de forma clara, ágil e prática. O uso do blockchain contribuirá ainda para a melhoria da gestão do processo de produção das nossas coleções lado a lado aos seus fornecedores. Já que, com a tecnologia, o compartilhamento de informações é dinâmico, seguro e imutável, garantindo a precisão no monitoramento de todas as etapas de produção. Outro grande diferencial e benefício da tecnologia é a possibilidade da troca constante de informações, o que, por sua vez, contribui para estreitar o relacionamento entre a empresa e o fornecedor com transparência, mitigando inclusive, o risco de compliance. Trabalhamos com startup por meio do Conecta C&A, um programa de aceleração e inovação em parceria com a Endeavor, onde apresentamos nossos desafios de negócio, atraindo scale-ups que auxiliam no desenvolvimento de ferramentas. Em 2020, sete scale-ups trouxeram soluções para desafios comerciais, operacionais e de desenvolvimento de produtos.

M&M – Como comunicar para o consumidor final que a empresa está em linha com métricas ambientais, sociais e de governança?
Cyntia – Desde 2009, a C&A Global publica seu Relatório Global de Sustentabilidade com informações e resultados sobre todas as operações da companhia, incluindo o Brasil. Em maio deste ano, nós, da C&A Brasil, lançamos o nosso primeiro Relatório Anual referente ao ano de 2020, no qual detalhamos o novo momento da companhia desde sua abertura de capital, em outubro de 2019, quando a empresa passou a ser conhecida pelo mercado como C&A Modas S.A. Neste documento, reforçamos ainda as transformações – sejam culturais e tecnológicas – que a C&A vem passando, reforçando o nosso DNA inovador, alegre, diverso e ousado e os grandes diferenciais, como a empresa omnicanal que mais entende a mulher brasileira. Acreditamos que relatórios como este são fundamentais e reforçam o nosso compromisso com a transparência.

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