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Fundação Ford suporta ad blocking

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Fundação Ford suporta ad blocking

A instituição fundada por Henry Ford dá apoio a The Web We Want, uma ONG pela liberdade na internet, que apoia o ad blocking.


28 de janeiro de 2016 - 4h32

Por Pyr Marcondes


Coisas de uma sociedade em transformação. Recebi no meu e-mail esta mensagem aí.

 

Veio de uma organização não governamental chamada The Web We Want, que é apoiada pela Fundação Ford.

Há inúmeros movimentos hoje espalhados pelo mundo em prol da defesa da privacidade e da liberdade na internet. Isso interessa praticamente a todo cidadão do Planeta, mas aqui, para o nosso universo do marketing e da comunicação, esse fato tem um interesse com algumas especificidades.

Em tese, nossa indústria deveria defender a liberdade e a abertura na web, já que ela é um dos pilares da sociedade de livre mercado e da livre expressão.

Mas não é tão simples assim.

O movimento de bloqueio a publicidade online nasceu exatamente dos abusos dessa indústria, que se lambuzou com a possibilidade tecnológica de ter acesso ao perfil digital de bilhões de pessoas no mundo, a serviço do uso indevido e desautorizado desses dados para mensagens comerciais.

Deu no que deu. Denúncias de abuso e o próprio abuso em si se espalharam negativamente de tal forma, que a própria indústria precisou voltar atrás e agora busca se reestruturar sobre bases éticas que respeitem o indivíduo e sua privacidade.

O fato de uma fundação ligada a um dos gigantes da indústria automotiva internacional, usuário convicto de propaganda, digital inclusive, apoiar um movimento social pró ad blocking é sintomático. E é fruto, entre outras coisas, dos avanços e questionamentos promovidos pela própria web aberta e democrática.

Não haverá mais espaço, em muito pouco tempo, para corporações que se mantenham alheias a questões tão polêmicas e decisivas para a sociedade contemporânea como é o caso, por exemplo, da liberdade na web. Essa é uma nova ordem que começa a nascer para o mundo corporativo e da qual não escaparemos.

 

Ainda bem. Durante muitos anos as companhias se esquivaram de temas e posicionamentos polêmicos, o que foi compreensível, vá lá, durante séculos. Agora, aparentemente, não vai dar mais.

Com um detalhe adicional aqui: caberá ao marketing liderar parte relevante desse reposicionamento. Você, gestor de marketing, está preparado para essa nem sempre confortável e desafiadora nova realidade?

 

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