Depois da FOMO e do JOLE chegou a vez da nostalgia
Chega ao final mais uma edição do Festival que provoca inspiração, reflexão e não respostas imediatas
Chega ao final mais uma edição do Festival que provoca inspiração, reflexão e não respostas imediatas
15 de março de 2024 - 17h04
No meu primeiro South by, se discutia o avanço das redes sociais e seus impactos na vida cotidiana. Naquele longínquo 2017, não se tinha ideia do que seria um mundo de influencers, haters e hiper conectividade. Olhando para trás, as discussões chegam a parecer quase pueris perto do que estamos debatendo hoje, Artificial Intelligence (AI) em todos os lugares como parte intrínseca de nossas vidas, profissões desaparecendo, inclusão, diversidade, saúde no trabalho, epidemia de solidão e todos esses temas conectados à inteligência artificial.
E se AI parece fascinante e assustador ao mesmo tempo, AGI-artificial general intelligence, que permitirá que softwares executem tarefas inovadoras e complexas com uma performance equivalente à humana é quase aterrorizante. A real possibilidade de viver em um mundo distópico me perturba. Mas, não vivemos só de AI, pelo menos por enquanto. Encerrei ontem, minha jornada em mais um SXSW, com uma pontinha de nostalgia, não só porque acabou e a experiência por aqui, que além de ser intensa, é sobretudo muito rica, mas porque o Austin Convention Center (ACC) será demolido para dar lugar a um centro de convenções mais moderno.
Ok, o ACC precisa de um lifting, mas demolir? O ACC tem um clima de campus universitário, nada chique ou super tecnológico, um ar descontraído, onde tudo funciona na medida. E, combina sobretudo com a proposta do South By, que tem como propósito provocar inspiração e reflexão e não a gerar respostas imediatas.
Vou sentir falta do nosso querido Ballroom D, sala principal da conferência que comporta umas 4 mil pessoas e que por lá passaram mentes brilhantes e algumas pessoas que fizeram diferença, seja pela emoção ou disrupção que provocaram ou pelo incômodo. Passei momentos emblemáticos sentada naquela sala que para mim é gigante, mas, que já não é tão grande assim para o Festival.
Naquele palco, eu vi em 2022, Scott Galloway perder o rebolado diante de uma pergunta desconcertante de um pai de uma pessoa trans, assisti um Zuckerberg sem graça, tentando convencer o mundo sobre o seu metaverso que nem ele parecia estar convencido. Em 2023, me emocionei com o Dr. Simram Jett com sua forma calma de combater o ódio e a discriminação e em 2024 presenciei Josh Costine, ex-Tech Crunch deixar Peter Deng CEO da Open AI sem resposta diante das perguntas que hoje, não querem calar, sobre como vamos lidar com as deepfakes e a desinformação geradas pela AI.
Conheci pessoas nas filas, nos corredores, encontrei conhecidos, escutei histórias marcantes e vi gente interessante circulando. Serão entre 4 a 5 anos até o novo ACC ficar pronto e por enquanto, não se sabe para que lugar o SXSW irá nas próximas edições. Ficam as lembranças e a curiosidade pelo que vem por aí.
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