Perda de clientes do Santander e o risco das fake news

18 de setembro de 2017 - 7h18

No fim da semana passada, uma notícia publicada em vários sites e, inclusive em veículos tradicionais, apontava que o banco Santander teria perdido 20 mil clientes em dois dias. Consequência do cancelamento da exposição cultural “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, que era realizada em Porto Alegre (RS).

Diante da repercussão, o Monitor do Debate Político no Meio Digital, projeto da Universidade de São Paulo (USP) que verifica informações publicadas e compartilhadas nas redes sociais, chamou a atenção para o grau de compartilhamento da notícia. Após o alerta, a Agência Lupa, especializada em fact-checking, foi checar a veracidade da informação.

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Cruzando os dados do Banco Central, a agência identificou que o número de correntistas do banco está em alta desde o último bimestre de 2016. Ao questionar o banco sobre a perda, a informação é de que os dados do trimestre ainda não foram fechados, logo, não há número oficial sobre a quantidade de clientes.

A agência chegou à conclusão de que o número 20 mil se aproxima do total de avaliações negativas que a página do Santander Cultural recebeu no Facebook até a segunda-feira passada, 11. Na sexta-feira, 15, o total de avaliações negativas era de 37 mil. Muitos dos sites que repercutiram a notícia chegaram a publicar os prints das páginas.

O mesmo grupo da USP monitorou na web 500 páginas de conteúdo distorcido ou falso em junho reunindo um total de 12 milhões de pessoas compartilhando as chamadas fake news.