Liberdade, o maior legado do V Congresso

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Comunicação

Liberdade, o maior legado do V Congresso

Em plenária que aprovou propostas das 13 comissões, V Congresso da Indústria da Comunicação propõe conjunto de práticas que fortalecem a liberdade de expressão comercial


30 de maio de 2012 - 1h41

A manhã desta quarta-feira 30 ganhou ares históricos para quem esteve presente na plenária que marcou o encerramento do V Congresso da Indústria da Comunicação. Luiz Lara, presidente do Congresso, e Dalton Pastore, presidente do Forcom, comandaram a sessão de apresentação e aprovação de todas as teses formuladas nos dois dias anteriores em 13 comissões específicas. "O futuro não é para ser previsto, é para ser criado. E aqui estamos criando", afirmou Lara, na ocasião.

Comissão 1 – O futuro da profissão
Um a um, os presidentes de cada painel foram chamados ao palco para apresentar teses e submetê-las ao público. O primeiro foi Armando Ferrentini, da Editora Referência. Ele comentou sobre a dificuldade de prever teses que sustentem os próximos passos dos profissionais do mercado (leia mais sobre a reunião da comissão aqui). Uma das propostas apresentadas foi a sugestão ao Ministério da Educação de que flexibilize as normas de definição de conteúdo programático dos cursos de comunicação e também as leis de contratação de professores universitários, para permitir que profissionais do mercado possam ser mais facilmente incluídos no ambiente acadêmico.

Comissão 2 – As empresas de comunicação brasileiras, o mercado global e a marca Brasil
Presidido por Ricardo Scalamandré, o grupo de discussões propôs que haja maior diálogo da indústria com o governo para que seja mais fácil exportar as marcas nacionais, o trabalho e as empresas da indústria da comunicação e seus profissionais (leia mais sobre a reunião da comissão aqui). Ele ressaltou, porém, a importância do mercado local. "Para que você seja um player global, é preciso ser um bom player local. Não adianta atacar o mercado internacional se você não for bom no mercado brasileiro e entendê-lo", afirmou Scalamandré.

Comissão 3 – Comunicação, crescimento e desenvolvimento econômico
O presidente Armando Strozenberg, chairman da Euro RSCG, ressaltou que "o principal desafio da indústria mundial da comunicação será entender e praticar uma política do desenvolvimento humano e econômico respeitando os limites do planeta". Todas as sete propostas aprovadas estão em linha com tal pensamento e buscam um respeito maior e uma relação mais consciente entre indústria da comunicação e sociedade (leia mais sobre a reunião da comissão aqui).

Comissão 4 – Liberdade de expressão
A quarta comissão, sobre liberdade de expressão, foi realizada em plenária na abertura do V Congresso – e, por isso, não teve seu presidente apresentando as teses no encerramento (leia mais aqui).

Comissão 5 – Comunicação One to One: personalização x privacidade
O grupo presidido pelo deputado Milton Monti discutiu os limites da relação entre marketing direto, anúncios personalizados e a privacidade do consumidor. O maior legado da comissão (leia todas as propostas aqui) é a criação de um órgão de autorregulamentação que siga os moldes do Conar. "Nós entendemos que é importante ter um marco regulatório para essa nova ferramenta. A fórmula exitosa da publicidade, com a participação do Conar e da autorregulamentação, deve ser aquela que norteie esse segmento a partir de agora", disse Monti.

Comissão 6 – As novas tecnologias e as novas fronteiras da mídia
A comissão presidida por Luiz Fernando Vieira, vice-presidente de mídia da Africa e presidente do Grupo de Mídia de São Paulo, foi a que teve resoluções mais concretas em suas propostas, definindo prazos e valores para a área de mídia (leia aqui mais sobre a reunião da comissão). As duas principais determinações foram a revisão da proposta apresentada no IV Congresso dae exigência de, no mínimo, um profissional de mídia em cada agência de publicidade brasileira para a recomendação de um mínimo de profissionais de mídia sobre o tamanho de agências. A determinação prevê que o número de profissionais varie percentualmente de acordo com o tamanho de funcionários das empresas (percentuais vão de 10% a 15%); e a determinação de que as equipes de mídia tenham um percentual de seus profissionais certificados pelo Grupo de Mídia (de 50% a 70%, dependendo do tamanho da agência). Tal decisão deve ser posta em prática até o final de 2013 ou 2014, de acordo com o tamanho das empresas.

Comissão 7 – Sustentabilidade e Comunicação
Presidida por José Carlos de Salles Gomes Neto, presidente do Grupo M&M, a comissão sugeriu a criação de uma campanha nacional, anual e temática, com o objetivo de estimular o engajamento de toda a sociedade civil em práticas sustentáveis. "Decidimos centrar a nossa proposta de tese num aspecto único, mas com profundidade de determinação de ações, a fim de que seja implantada e percebida pela sociedade como um todo, que é: A indústria da comunicação como elemento catalizador para mobilizar e engajar a sociedade civil em um plano de sustentabilidade", afirmou Salles Neto (leia mais sobre a reunião da comissão aqui).

Comissão 8 – O consumidor com a palavra
A comissão comandada por Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, procurou definir teses que melhorem a relação entre marcas e consumidores, absolutamente pautada, hoje em dia, pelo envolvimento digital entre as partes. "É um tema polêmico e, dentro dessas polêmicas, acho que as teses vão enriquecer o mercado", disse Montenegro. A principal definição – uma entre sete – diz respeito à criação de um código de ética que molde a atuação da indústria nas redes sociais (leia mais sobre a comissão aqui).

Comissão 9 – Criatividade e sucesso
Na ausência do presidente Alexandre Gama, o secretário-geral Claudio Santos (Geo Eventos) deixou clara a necessidade de o mercado anunciante se preparar melhor para comprar o que chama de "produtos criativos". Segundo ele, há uma patente discrepância entre o que é criado e o que é aprovado – geralmente com grande perda de boas ideias (leia mais aqui).

Comissão 10 – Ética e propriedade intelectual
O painel foi o que mais teve determinações técnicas – fruto do tema, extremamente ligado ao respeito dos direitos autorais do que é produzido na indústria (leia mais aqui). Ao final da apresentação das teses, Thomas Roth, presidente da comissão reafirmou a validade das definições estabelecidas durante o III Fórum da Produção Publicitária, realizado em 2011.

Comissão 11 – Novos caminhos para gestão e fortalecimento de marcas
Focada num segmento da indústria com tendências já muito bem estabelecidas e claras, o grupo apenas definiu recomendações discutidas largamente em ocasiões anteriores – inclusive no próprio V Congresso. "O painel 8 precede e recomenda muito do que já discutimos", afirmou o presidente Marcio Simões. Saiba mais sobre a reunião da comissão aqui.

Comissão 12 – Regionalização
Ao apresentar e aprovar as propostas do grupo, o presidente da comissão, João Ciaco, recebeu pedido de inclusão de uma modificação às propostas. Marcos Franco, diretor de marketing da RPC TV, sugeriu que as pesquisas regionais propostas pela comissão não sejam apenas uma preocupação dos players locais – mas sim de players nacionais. "Essa deve ser uma preocupação nacional, não deve estar só nas pontas". A alteração foi aceita e será incluída no texto final da comissão (leia mais sobre a reunião do grupo aqui).

Comissão 13 – Grandes eventos
O presidente Jose Victor Oliva fez um breve resumo dos pontos discutidos pela comissão (leia mais aqui) antes de apresentar a tese estabelecida. Ao falar da capacidade do mercado brasileiro em receber e executar grandes eventos, foi categórico: "Sim, estamos preparados para fazer sem a ajuda de ninguém. Mas aprender é sempre bom." A proposta da comissão é a criação de um manual de compliances (conformidades, em inglês) definitivo. A meta é propor, ampliar e implementar regras mais claras – sobretudo para planejamento, criação e produção – que tornem o negócio do marketing promocional mais rentável e profissionalizado. Os principais eixos dessas normas são: rentabilidade ao cliente, fomento social e cultural gerado pelas ações de marketing promocional, regulamentação forte e sustentabilidade. A meta é definir as compliances em um mês daqui em diante, passar os próximos seis meses discutindo esses pontos, dedicar dois meses para consolidar o manual e realizar, em um ano, o primeiro Congresso de Marketing Promocional.

Encerramento
Após votadas e aprovadas todas as determinaçõe do V Congresso, Nizan Guanaes pediu a palavra e sugeriu ao Forcom que discuta a possibilidade de levar o manual de governança do mercado de comunicação brasileiro para a América Latina e demais países de preponderância geopolítca do Brasil. "Não faz sentido deixar esses países a mercê dos birôs de mídia que destroem o mercado", afirmou, e foi prontamente aplaudido pela plateia.

Em seguida, Dalton Pastore, presidente da Forcom, ressaltou a importância da realização do evento. "É muito feliz realizar o congresso quatro anos depois do IV Congresso. Foi muito maior e muito melhor que o quarto, com teses melhor preparadas e estruturadas. Uma indústria que consegue realizar um evento deste porte merece respeito. E isso nos credencia a mostrar nosso modelo ao outros países." Ele, então, agradeceu às 38 entidades que compõem a Forcom.

No final, Luiz Lara reuniu os presidentes das comissões no palco, além de Gilberto Leifert, presidente do Conar; Caio Barsotti, presidente do Cenp; e Ricardo Naban, presidente da Fenapro. Junto desses profissional, leu a carta de consolidação e encerramento do V Congresso – duas horas depois de iniciada a sessão plenária. Em resumo, o discurso exalta a liberdade de expressão comercial como pressuposto da liberdade de imprensa; a importância da união dos diversos atores da indústria da comunicação; e dimensiona o setor como estimulador fundamental do crescimento econômico e social do País. Leia, a seguir, a íntegra da carta do V Congresso:

A indústria da comunicação, em mais uma demonstração inequívoca de maturidade, de responsabilidade e de consciência de sua relevância para o desenvolvimento econômico e social do País, realizou seu V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, buscando a evolução e o constante aprimoramento do setor em benefício das empresas e dos profissionais que o compõem, dos empreendimentos que dele se servem e de toda a sociedade brasileira.

Instalado em São Paulo, nos dias 28, 29 e 30 de maio de 2012, realizado pela ABAP – Associação Brasileira de Agências de Publicidade, com apoio e coordenação de conteúdo do ForCom – Fórum Permanente da Indústria da Comunicação, o V Congresso teve a participação de cerca de 1.350 pessoas, representando 24 estados da união, mais o Distrito Federal, e cumpriu agenda de treze comissões temáticas, tendo decidido:

– emprestar contínuo apoio de todo o setor às teses construídas pelas comissões temáticas e aprovadas em assembleia plenária;

– recomendar que cada entidade membro do ForCom crie um Comitê de Continuidade e Implantação (CCI) para estudar, dar continuidade e, quando for o caso, implantar, em venefício e aprimoramento do setor, as teses e conclusões do V Congresso;

– levantar a voz da indústria na defesa da liberdade de expressão comercial garantida pela Constituição, fundamental para a liberdade de imprensa, e desfrutada com responsabilidade e com respeito aos limites estabelecidos pelo sistema composto por legislação e aurorregulamentação;

– realçar o papel fundamental da comunicação comercial para o processo de construção e consolidação de Marcas, que representam o maior ativo estratégico das empresas e das organizações;

– buscar maior integração entre as diversas disciplinas de comunicação sobre o mesmo diapasão conceitual, alicerçado na verdade e na transparência, com uma comunicação comercial mais criativa, integrada, eficaz e, positivamente, interativa;

– reconhecer a necessidade de termos uma comunicação que aprofunde o diálogo com a sociedade, respeitando os direitos cabais de cada cidadão;

– disseminar as boas práticas das diversas entidades integrantes do ForCom, visando a evoluir na governança da indústria da comunicação, indústria de ponta da economia criativa, grande geradora de empregos, riquezas e impostos.

Somos protagonistas do nosso destino e reconhecendo o papel fundamental das lideranças e das entidades que abriram nosso caminho, vamos construir, com ética e responsabilidade, nosso futuro, emponderando os novos profissionais, abraçando as convergências das plataformas de mídia e fazendo da comunicação comercial uma grande indutora da nossa economia, contribuindo para o desenvolvimento humano no plano político, social e cultural.

wraps

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