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O dia em que eu conheci o Julio Ribeiro

Sempre tive a sorte de conhecer pessoas extraordinárias, colegas de agência, profissionais de veículo, produção, clientes, mas ninguém fez tanta diferença em minha vida como o Julio


17 de dezembro de 2014 - 8h40

*Por José Eustachio, CEO da Talent

Eu era um jovem recém-saído da universidade e trabalhava havia pouco mais de dois anos na CBBA, agência fundada por Renato Castelo Branco e Hilda Shultzer, quando recebi um telefonema. Do outro lado da linha, uma voz grave se identificou como sendo Julio Ribeiro. Um amigo em comum havia recomendado meu nome a ele. Estávamos em 1980, o Julio havia recém-inaugurado a Talent e estava em busca de um jovem iniciante, mas que tivesse alguma formação em pesquisa e planejamento.

Tenho de admitir que, naquela época, eu era um completo desavisado, totalmente ignorante a respeito de quem era quem no mundo da propaganda e, por essa razão, não fiquei tão entusiasmado, afinal, eu estava muito vaidoso por fazer parte de uma das maiores e mais famosas agências de então. Porém, alguma coisa me fez pensar que eu deveria marcar uma entrevista e ouvir o que o Julio tinha a dizer.

O primeiro endereço da Talent ficava na avenida Faria Lima. Ocupava um minúsculo conjunto comercial em um prédio que tinha um açougue da Wessel no térreo (a Wessel ainda não tinha o status de grife que tem hoje).

Minha primeira impressão foi assustadora. Aquelas instalações eram a antítese do glamour que se esperava de uma agência de propaganda, mas, já que eu estava lá, fui em frente.

O Julio me recebeu na sala dele. Eu estava convencido de que meu futuro não seria ali, mas cometi a temeridade de deixar que ele falasse sobre sua visão de negócio, o futuro das agências, a proposta de aportar inteligência em vez de músculos, os planos que tinha para a Talent, como pensava grande sobre os anos que viriam e o que iríamos realizar. Após alguns minutos, aquele lugar me parecia a agência mais fantástica do mundo, a mais bonita, a mais fascinante, e eu não podia mais me imaginar fazendo outra coisa.

Saí da entrevista fechado com o Julio. Tinha uma enorme dívida de gratidão pela oportunidade que a CBBA havia me dado e pelo aprendizado que tive, mas os meus sentimentos me diziam que eu não teria uma outra chance como aquela.
Desde então, não teve um único dia em que eu não tenha agradecido por aquele telefonema.

Durante minha trajetória, sempre tive a sorte de conhecer pessoas extraordinárias, colegas de agência, profissionais de veículo, produção, clientes, mas ninguém fez tanta diferença em minha vida, pessoal e profissional, como o Julio.

Tenho tido o privilégio de conviver intensamente com ele por 34 anos, aprendi tudo o que sei com seus ensinamentos, suas atitudes, suas convicções. Com uma generosidade que não se pode explicar, ele me permitiu absorver seu jeito de pensar e de fazer, orgulho-me mesmo de poder assumir que incorporei um tantão de Julio Ribeiro no que eu sou.

Nesses anos todos juntos, aprendi a ser fiel aos princípios, a nunca negociar ética para obter uma vantagem comercial, a reconhecer a importância e o valor das pessoas, a ser justo nas relações, a me dedicar no limite da capacidade para fazer o melhor trabalho que um cliente pode desejar.

Com o Julio, aprendi que o sonho é a parte mais importante da realidade e que para ser sério não é preciso ser sisudo, aprendi também a saudável subversão do “why not”, que as pessoas fazem mais coisas pela emoção do que pela razão e que gostar de gente é o princípio fundamental para se construir uma empresa de sucesso.

Esses têm sido anos maravilhosos, em que eu tive de correr atrás da sua inquietude e capacidade de se reinventar para acompanhar seu passo, tive de estudar e reaprender, permanentemente, para ser um bom aprendiz.

O Julio entendeu os meus erros, me estimulou, me mostrou onde eu deveria melhorar, me convidou para ser seu sócio, me permitiu compartilhar do sonho de fazer da Talent uma das agências mais icônicas da história da nossa atividade.

Nas apresentações que faz da agência, o Julio costuma falar de coisas como: a importância do afeto, sobre criar um ambiente em que as pessoas trabalhem felizes e que ninguém pode gostar do cliente se não se sente gostado. Um dos seus textos constantes é que, em 34 anos de convivência, nós nunca tivemos uma discussão, nunca brigamos. Nesses momentos, eu tenho um único pensamento: como foi abençoado o dia em que eu conheci o Julio Ribeiro. 

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