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Que tal um millennial para o posto de CMO?

Apesar do conhecimento e atitude necessários, jovens ainda têm muito a aprender


21 de outubro de 2014 - 6h00

(*) Por Marcus Fischer, para o Advertising Age

Vamos deixar os millennials assumirem o cargo de CMO. Nós sabemos que eles acham que estão prontos para isso. E talvez estejam mesmo.

Talvez, a função de CMO seja a mais adequada a eles, visto que possuem o QI de marca mais elevado do que qualquer geração. Eles já estão agindo como seus próprios CSMO (chief self-marketing officer) e vêm promovendo suas próprias marcas há anos. Eles não têm estratégias de canal, eles apenas são. Eles não precisam de termos como conteúdo ou jornada, porque para eles se trata apenas de coisas que as pessoas fazem.

Todos os millennials, apenas pelo fato de serem dessa geração, já são sua própria marca. Eles possuem seus próprios canais sociais e plataformas, além de já terem desenvolvido sua identidade de marca e posicionamento. Eles conhecem seus limites. Sabem o que é legal para eles e possuem uma comunidade social engajada que também pensa o mesmo. Imagine um millennial CMO. Alguém que se senta à mesa porque, do seu ponto de vista, é ali que ele deve estar. Alguém que não está apenas acostumado ao ritmo acelerado das redes sociais e plataformas digitais, mas que simplesmente não conhece algo diferente disso. Suas fotos de identidade não são retratos, mas selfies. Eles estão sempre conectados, sempre online e sempre certos.

Para todos os millennials que estão lendo este artigo e pensando “Já era hora! Me dê esse cargo!”, confira algumas dicas de como obter sucesso nessa nova posição:

Aprenda a errar
Isso é algo muito difícil de se ensinar a uma geração que sempre ganhou um troféu por tudo. Mas é importante entender que nem todas as suas ideias vão funcionar. Na verdade, o sucesso é algo extremamente difícil e delicado. A falha deve acontecer de maneira rápida e deve ser superada logo também. Como diz o ditado: esqueça seus erros antes que os outros esqueçam os seus sucessos. Pense em todas as falhas da seguinte forma: se você sugerir novas ideias logo, seu erro será empurrado para a página 2 dos resultados de busca do Google. E ninguém olha lá.

Pratique diplomacia
Por melhor que você seja, ainda assim será preciso uma equipe e um esforço massivo de todos para executar uma ideia. Para que um projeto apresente resultados, será preciso doar e receber, haverá sacrifícios. Diplomacia é a arte de negociar e considerar o ponto de vista de todos. De repente, a ideia não é mais sua exclusivamente. Ela pertence a todos. Isso será algo novo e difícil. Você terá que aprender.

Vender faz parte do trabalho
Vender não é uma palavra ruim ou algo que seus pais ou avós faziam. É uma habilidade muito desejada. Se você não souber vender suas ideias, todos os seus esforços serão meramente acadêmicos. Um fato que os millennials vão perceber logo é que vender sua ideia apenas uma vez não é o suficiente. Manter uma ideia vendida é tão difícil quanto vendê-la pela primeira vez.

CMOs devem vender e defender seus programas e iniciativas diariamente. Pergunte a qualquer CMO quantas vendas ele precisa fazer em torno do planejamento anual de budget, cortes de orçamento ou lançamentos de produtos.

Admita o que você não sabe
“Eu não sei” é uma resposta perfeitamente aceitável. Para um grupo que já pensa que sabe tudo, esse pode ser o conselho mais difícil a ser seguido. Negócios são implacáveis. Não finja. Eventualmente, você será descoberto, alguém vai perceber que você não faz ideia e, apesar de toda a sua sabedoria e conhecimento que você adquiriu nas últimas décadas, existem coisas que, acredite ou não, apenas a vida e a experiência podem ensinar. Se você admitir que não sabe, alguém pode estar disposto a ajudar. Esteja aberto a isso. Esteja disposto a ajudar. Ouça outras pessoas e, um dia, você saberá e se sentirá muito mais confortável sobre o assunto.

Então, eles estão prontos?

Millennials não tiveram os anos de tentativa e erro. Por isso, você deverá ensiná-los o que eles não podem dizer, fazer ou publicar em um fórum público. Você também deverá explicar por que as fotos de sábado à noite não são mais apropriadas para serem publicadas em suas redes sociais, diante do cargo que agora ocupam.

Então, se você considerar deixar a sua marca nas mãos de millennials, analise-os primeiro. E caso você goste do que descobriu, talvez seja hora de dar a eles essa oportunidade. Em último caso, eles poderão ser a única geração que não se sentirá intimidada pelo prazo médio de CMO de 45 meses – isso provavelmente é tempo demais para permanecerem em um único lugar, de qualquer maneira.

Marcus Fischer é presidente e chief strategy officer da Carmichael Lynch

 

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