Consulado belga promove chocolate

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Consulado belga promove chocolate

Evento quer expandir a influência do chocolate belga no mercado brasileiro


20 de abril de 2015 - 2h18

(*) Por Mariana Stocco

O consulado geral da Bélgica em São Paulo está promovendo o primeiro Festival de Chocolate Belga no Brasil. O choco.be começou dia 14 e vai até 21 de março com pontos em toda cidade. O evento conta com patrocínio dos sorvetes Magnum e apoio das marcas Callebaut e Belcolade (Grupo Puratos) além de outras parceiras de peso como Galler, Cacau Show e Pão de Açúcar. Durante o festival acontecerão mais de 30 atividades entre degustações, tours, cursos, brunchs, chás da tarde e jantares – um deles assinado pelo chef Alex Atala e o “chocolatier” belga Dominique Persoone que vem exclusivamente ao Brasil a convite da Belcolade.

O primeiro registro de comércio de chocolate na Bélgica é datado de 1635. Na época, a fabricação de chocolate era uma atividade paralela de farmacêuticos que o vendiam como um tonificante. No século 19, surgiu o primeiro fabricante belga e a fama do chocolate passou a ser reconhecida mundialmente. Atualmente, os 320 chocolateiros da Bélgica produzem 660 mil toneladas de chocolate e exportam 450 mil toneladas. Os 6.200 funcionários da indústria de chocolate belga representam 8,5% da mão de obra total da indústria alimentícia daquele país. O valor total das vendas de varejo do setor de chocolate ultrapassa os € 700 milhões e o faturamento total chega a € 4 bilhões.

Em entrevista ao Meio & Mensagem, o cônsul da Bélgica Didier Vanderhasselt conta um pouco sobre o evento e sobre os planos do país no Brasil.

Meio & Mensagem – Como o chocolate belga chegou ao Brasil?

Didier Vanderhasselt – Não sei como chegou o produto aqui, mas é algo natural devido à sua importância. Temos dois grandes distribuidores de chocolate aqui, a Puratos, que deu início às operações aqui nos anos 80, e a Callebaut, que chegou um pouco depois. Ontem, visitamos a nova fábrica da Puratos em Guarulhos, um investimento de R$ 60 milhões. É realmente um mercado em crescimento, só as exportações de chocolate da Bélgica para o Brasil, em 2014, subiram 43%. É um potencial muito grande. Cada brasileiro consome por ano 2,5 kg de chocolate – os belgas chegam a quase 10 kg.

M&M – Como o governo belga incentiva essas produções de chocolate?

Didier Vanderhasselt – Para o governo, tanto a cerveja quanto o chocolate são meios de promover o país. Eu, como representante do governo aqui, escolhi ano passado fazer um mês da cerveja belga em Mogi das Cruzes, onde a seleção belga estava alocada para a Copa do Mundo. Dessa vez, escolhi o chocolate porque acho que o chocolate como conceito é muito conhecido aqui, mas o produto não é tanto. Não temos muitas marcas para o consumidor final, temos os distribuidores para chocolaterias e docerias, onde as pessoas acabam comendo chocolate belga sem saber. A ideia era dar mais visibilidade para esses distribuidores. Temos uma nova marca entrando no mercado, a Galler, uma marca familiar de chocolate belga que será comercializada no Pão de Açúcar.

M&M – Quem são os participantes da semana, então?

Didier Vanderhasselt – Os participantes da semana são as marcas belgas, distribuidores belgas, mas também marcas que usam o nosso chocolate, por exemplo, a Magnum e a Cacau Show. A Cacau Show produz todo ano na Páscoa alguns produtos com chocolate belga – agora, eles querem manter o chocolate belga na linha convencional.

M&M – O chocolate belga não é um produto caro para o consumidor brasileiro?

Didier Vanderhasselt – Um produto de qualidade é naturalmente mais caro que outros produtos. Naturalmente é mais caro porque é um produto importado, então tem as altas taxas cobradas pelo governo brasileiro. Além disso, a produção é diferente e os ingredientes usados têm uma qualidade mais elevada. Qualidade tem um preço.

M&M – O chocolate utilizado pela Cacau Show e pela Magnum é importado ou é produzido aqui?

Didier Vanderhasselt – São todos importados da Callebaut, inclusive na Baccio di Latte (sorveteria).

M&M – A parceria feita entre as chocolaterias belgas e brasileiras tem intermediação do governo ou é feita entre as empresas?

Didier Vanderhasselt – Nós temos escritórios comerciais de três cidades belgas aqui: Bruxelas, Flandres e Valônia. Eles ajudam as empresas belgas a se estabelecerem aqui; uma vez que isso acontece, elas que realizam os contatos e fazem os acordos. Para nós, as parcerias são muito importantes, é claro. Como a do Pão de Açúcar, por exemplo. É uma oportunidade que nós temos para trazer outras marcas belgas para o varejo. Nós não interferimos em negociações.

M&M – Vocês têm ideia de expandir para outros produtos além do chocolate?

Didier Vanderhasselt – Outro setor muito importante para nós é o de diamante. Durante a visita do ministro Pieter De Crem em Brasília, ficou acordado que o Conselho Superior de Diamante de Antuérpia realize um seminário com o Ministério de Minas e Energia sobre o negócio de diamante. O foco será como fazer um negócio transparente, evitando os chamados “diamantes de sangue” – aqueles com origem em regiões de conflito, cujas vendas financiam esses mesmos conflitos. Nós vemos aqui muito potencial para os diamantes belgas. As empresas de diamante irão fazer no Rio de Janeiro um evento para começar os negócios aqui. Nós temos a cerveja, o diamante e o chocolate.

M&M – O que o senhor acha do chocolate brasileiro?

DidieVanderhasselt – O paladar do brasileiro está ficando cada vez mais sofisticado. Existe uma demanda cada vez maior por produtos de alta qualidade. Nós oferecemos esses produtos, nós temos essa tradição. Para o consumidor brasileiro, é uma opção a mais. Quando se trata de comidas e bebidas o povo brasileiro é muito curioso. Eu não vou dizer que o chocolate brasileiro não é bom. São produtos diferentes.

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