Assinar

Com “saudade”, Sadoun mostra Marcel e anuncia volta do Publicis

Buscar

Cannes Lions

17 a 21 de junho de 2024 | Cannes - França
Cannes

Com “saudade”, Sadoun mostra Marcel e anuncia volta do Publicis

CEO do Publicis Groupe subiu ao palco no Palais para apresentar os detalhes da plataforma de inteligência artificial criada pela companhia


19 de junho de 2018 - 13h27

Arthur Sadoun mostrou os detalhes da plataforma Marcel e confirmou o retorno da holding à premiação a partir de 2019 (Crédito: Eduardo Lopes)

Diferentemente do que prometeu Arthur Sadoun no Palais des Festival há exatamente um ano, o Publicis Groupe, veio a Cannes em 2018. Embora realmente fora da lista dos premiados e shortlists, a agência marcou presença ao levar o CEO do grupo e outras duas de suas maiores lideranças ao palco do Festival para mostrar, justamente, o resultado daquilo que motivou a ausência temporária da holding no evento: a plataforma de inteligência artificial Marcel.

“Senti muita falta daqui e de todos vocês. Foi um sacrifício não participar do Festival, mas tomamos essa decisão por conta de um objetivo e não para gerar polêmica. Não precisamos desse tipo de PR”, declarou Arthur Sadoun, CEO do Publicis Groupe, assim que abriu a apresentação do grupo. A indireta, claro, foram as críticas recebidas pela holding por diversos membros da indústria da comunicação, que salientaram que o anúncio do Publicis Groupe teria mais objetivo de causar impacto do que, de fato, orientar os negócios do grupo para um novo patamar.

O seminário do grupo foi orientado exatamente a responder essas críticas revelando de forma mais clara as propostas da Marcel. Com a participação do chief creative officer do grupo, Nick Law e de Carla Serrano, chief strategy officer da Publicis North America, o painel da Publicis apresentou a Marcel como uma plataforma de pretende conectar os mais de 80 mil funcionários que trabalham nas 1,2 mil agências e empresas que o grupo possui em todo o mundo.

Mais do que criar uma plataforma única que conecte seus colaboradores, a Marcel tem planos mais ousados. Segundo Sadoun, a proposta é que a plataforma acaba propiciando um trabalho criativo sem fronteiras, em que talentos do grupo, localizados em diferentes pontos do planeta, possam se conectar a fim de gerar as melhores ideias para os mais de 4 mil clientes que a Publicis Groupe possui no mundo. “Sabemos que precisamos estimular as pessoas e possibilitar a todos os talentos as mesmas oportunidades de crescimento e evolução. Com a Marcel nós construímos uma interface em que, a cada dia, o colaborador receberá 6 cards com artigos interessantes, entrevistas dos executivos do grupo e principalmente, novas ideias que inspirem seu trabalho. E como existe uma grande inteligência por trás dessa plataforma, a cada dia ele receberá conteúdos que mais tem a ver com seus interesses”, explica Carla Serrano.

Nick Law mostrou que o grupo também possui propostas mais práticas com a Marcel. A plataforma de inteligência permite, por exemplo, que briefings de clientes sejam distribuídos a diferentes empresas do grupo, que podem desenvolver em conjunto as soluções e ajudar as quebrar as fronteiras. “Tenho o exemplo de uma agência pequena do grupo, de Madrid, que nunca tinha trabalhado com o Walmart, mas que pela plataforma conseguiu criar uma ideia que chegou até o próprio CMO da marca”, exemplificou Nick Law.

Brincando com a própria curiosidade que o mercado criou acerca da Marcel, a plataforma que causou a ausência do grupo em Cannes, Sadoun convidou vários dos líderes de redes, grupos e agências de publicidade de várias partes do mundo para enviar vídeos com perguntas sobre a Marcel. Entre piadas como “A Marcel é capaz de trazer um vinho rosé gelado às nossas mesas”, surgiu um questionamento que levou Sadoun a exaltar sua relação direta com o Festival.

Sadoun foi questionado se ainda acredita que Cannes tem um papel importante na indústria criativa. Sem hesitar, o CEO do Publicis Groupe declarou que foi o festival – e tudo aquilo que as agências são capazes de gerar – que o fizeram entrar na indústria criativa. “Venho a Cannes há 20 anos e acredito que o Festival continua sendo fundamental por dois motivos. O primeiro é o fato de que nosso trabalho precisa ser julgado. Isso nos traz uma ideia de como estamos atendendo a nossos clientes e de que forma podemos melhorar e buscar ideias melhores. E a segunda é a inspiração. Ao estar aqui e ver os trabalhos, os cases que estão produzindo e me conectar com outras pessoas, me sinto parte da indústria criativa. Nada nesse grupo será mais importante do que a criatividade”, frisa.

E, talvez a maior questão que ronda a presença do Publicis Groupe em Cannes foi respondida sem hesitar por Sadoun: “Sim, estaremos de volta na premiação do ano que vem”, disse.

Publicidade

Compartilhe