22 de junho de 2017 - 8h27
De tudo que tenho visto esses dias em Cannes, uma palestra me chamou bastante a atenção. O tema já está sendo bem falado, mas a forma como ele foi conduzido aqui, nem tanto. Estou referindo-me a The Cognitive Creativity Playbook. Alex Jenkis, editor da Contagious, e Christopher Follett, ECD da Sapient Razorfish, abordaram como as tecnologias cognitivas podem transformar os processos criativos.
Alguns exemplos mostrados pela dupla causaram espanto. São ações que já estão dando certo, como uma campanha de interação digital feita para o lançamento da série Young Pope totalmente produzida com inteligência artificial batizada de Aimen em conjunto com o Watson; uma plataforma chamada Scriptbook, que analisa roteiros de longas e mostra se eles terão ou não sucesso comercial; uma outra plataforma de software chamada Persado, que entrega campanhas de marketing digital com redação automatizada e customizada em até 23 línguas.
Os exemplos não acabaram aí. Tudo isso está chegando de forma a redefinir o modelo em que trabalhamos – talvez para melhor. Se pararmos para pensar, com o aumento infindável no número de plataformas e pontos de contato, ficou muito mais trabalhoso e oneroso colocar uma campanha em pé. Por outro lado, não há nenhum exemplo de inteligência artificial que tenha resolvido o X da questão, ou seja, a big idea. Para isso, o ser humano ainda é insubstituível. Assim, a chegada dessas tecnologias pode ser muito benéfica para nós, criativos, pois esse trabalho de distribuir a mensagem principal da campanha pelos pontos de contato e toda a jornada do consumidor será feito automaticamente. Enquanto isso, estaremos usando nossa capacidade criativa no que mais importa, a ideia.
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