Criatividade pra quê?
Assim, os produtos, as marcas, as empresas e as pessoas de repente encontram propósito pra crescer e ter verdadeiramente uma função
Assim, os produtos, as marcas, as empresas e as pessoas de repente encontram propósito pra crescer e ter verdadeiramente uma função
21 de junho de 2023 - 14h44
Duas palestras que vi ontem parecem chegar à mesma conclusão: quando a gente pensa na criatividade como algo pra construir produto ou marca, estamos pensando pequeno.
As palestras às quais estou me referindo são da P&G e da General Mills, a segunda com a presença ilustre de Scott Galloway. Bem-humorado, ele se mostrou surpreso por ser convidado a Cannes, sendo ele tão crítico em relação ao uso de dinheiro de muitas empresas com marketing.
Na visão dele, as marcas precisam tomar riscos onde elas são mais vulneráveis. Como exemplo, ele perguntou (pra algum constrangimento dos anfitriões): o que a General Mills está fazendo em relação à epidemia de obesidade e diabetes? O que vem ao encontro do que as duas palestras tinham em comum: criatividade pra quê? Nem pra criar produtos, nem pra estabelecer marcas, mas pra construir mercados.
A verdade é que o mundo não precisa de mais uma marca de absorvente feminino. Mas o mundo tem milhões de mulheres de 10 a 12 anos que perdem quatro dias de aula por semana, porque não têm acesso a absorvente. É esse tipo de problema que a comunicação e a criatividade deveriam estar foçadas.
Assim, os produtos, as marcas, as empresas e as pessoas – incluindo os jovens profissionais que estão entrando no mercado de trabalho – de repente encontram propósito pra crescer e ter verdadeiramente uma função. E a prosperidade vem a rebote.
Como última nota, o Scott deixou um recado para os jovens que estão entrando no mercado de marketing e comunicação: assumam riscos, não fiquem em casa e digam eu te amo para os seus pais. Acho justo receber um pouco de autoajuda depois de escutar que o nosso mercado está tão equivocado.
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