25 de junho de 2022 - 5h11
Este ano, o conteúdo dos painéis e palestras dentro dos auditórios do Palais não conseguiram reter a minha audiência por muito tempo. Além de não ter percebido grandes novidades, provocações ou tendências, estava muito difícil concorrer com os painéis mais descontraídos e acompanhados por cafés – ou um rosé, dependendo da hora -, pela brisa do mar e até mesmo boa música das praias e headquarters das plataformas de tecnologia.
Meta, Twitter, TikTok, Spotify, Amazon, Pinterest entre outros marcaram forte presença em toda a orla da Croisette com assuntos como conexões humanas, gen Z, consumer experience, creators, influencers e, claro, metaverso.
No Palais, os eventos que mais tiveram auditórios cheios foram, em sua maioria, aqueles que usaram nomes como Malala Yousafzai, Lupita Nyong’o, Ryan Reynolds, Garry Kasparov e Bozoma Saint John como isca para atrair e reter público. Parênteses para crítica, em especial para o espaço Insight Stage, que poderia ter sido usado para realmente mostrar insights e processos de execução por trás de grandes cases, mas no final era apenas um merchan da plataforma The Work.
Essa percepção se conectou com um dos grandes desafios que as agências e seus gestores estão enfrentando agora: como fazer de um dia no escritório fechado algo atraente para profissionais que passaram 2 anos trabalhando dentro de suas casas e agora não querem abrir mão da flexibilidade conquistada e de mais momentos de vida lá fora. Que tipo de troca e de conteúdo fará com que eles sintam que se deslocar até ali valeu mais a pena do que levar poder levar seu filho à escola, ou seu cão para passear.
Teremos que ser muito interessantes, amigos. Até porque não vamos poder contar com o charme do Ryan Reynolds.