The Next Big Nothing
Quantas ideias deixarão a Côte d'Azur para entrar para o esquecimento?
Quantas ideias deixarão a Côte d'Azur para entrar para o esquecimento?
13 de junho de 2016 - 8h08
Volto para Cannes como saí em 2015. Pensando no último dia e lembrando de como deixei o Palais depois de ver a palestra do Amir Kassaei, Chief Creative Officer da DDB Worldwide, chamadaDo This Or Die onde ele começava mostrando um anúncio da DDB dos anos 1960, que já questionava as mudanças do mundo e da nossa indústria.
A grande questão que o Amir provocava vinha da percepção de que a nossa indústria entrou numa bolha, que premiava ideias que pessoas do outro lado da rua jamais viram ou veriam. É a criatividade pela criatividade e de como isso está nos desconectando do nosso principal ativo: as pessoas.
Quando você lê oanúncio você descobre que a busca pela criatividade tem que ser tão grande quanto a busca pela relevância.
E relevância nos dias de hoje, em 2016, com inúmeras possibilidades de tirar a sua atenção, não é para os fracos.
Quantas ideias deixarão a Côte d’Azur para entrar para o esquecimento? Diria que muitas delas.
Relevância vem da verdade que uma ideia tem.
Criatividade com verdade é o que une as pessoas às marcas com que trabalhamos. Cada ser humano tem a sua verdade. Verdades se tornam aquilo que as pessoas querem compartilhar, dar likes, falar no almoço, recortar e pendurar nas suas paredes e guardar nas suas mentes.
Quando lembro do Amir se movendo pelo palco, respirando fundo, abusando das pausas dramáticas, com a plateia ‘na mão’, eu questiono a mim mesmo ‘o que estou fazendo de relevante?’.
Alguns Marlboros a mais e algumas litragens de vinho nacional francês a menos vejo que ainda é pouco.
Cannes acontece todo ano. Mas o nosso compromisso em fazer algo relevante para as marcas com que trabalhamos tem que ser por todos os dias, e nos fazer lembrar de um anúncio com quase 50 anos.
Sejamos relevantes.
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