Um toque de Brasil no GP de Titanium
Campanha “The Whopper Detour” teve participação importante da Zombie Studios, que cuidou de toda a parte visual e gráfica para explicar a mecânica da promoção ao público
Campanha “The Whopper Detour” teve participação importante da Zombie Studios, que cuidou de toda a parte visual e gráfica para explicar a mecânica da promoção ao público
Renato Rogenski
22 de junho de 2019 - 9h12
O prêmio máximo, que celebra a melhor ideia de cada edição do Cannes Lions, desta vez não foi para o Brasil. Aliás, o país conquistou o troféu apenas uma vez, em 2013, com o case “Retratos da Real Beleza”, criado pela Ogilvy para a Dove. Quem levou o maior Leão do festival em 2019 foi “The Whopper Detour”, trabalho desenvolvido pela FCB Nova York para o Burger King. A boa notícia para a propaganda brasileira é que a criatividade e principalmente o craft do país estão presentes no trabalho. A produtora nacional Zombie cuidou de toda a parte visual e gráfica da campanha. “Dentro do todo esse trabalho, criamos um anúncio impresso e uma animação 2D, que serviram como uma espécie de tutorial para que as pessoas entendessem como seria a mecânica da campanha. Estamos muito felizes com o resultado”, afirma Natalia Gouveia, sócia e cofundadora da Zombie.
Para quem não viu ainda, o “The Whopper Detour” é uma campanha que aborda a velha rivalidade entre a rede de fast food e o McDonald’s. Neste cenário, o Burger King resolveu “utilizar” o seu rival para ampliar o número de downloads com uma promoção: quem baixasse o app do BK e fizesse um pedido, teria direito a retirar um Whopper em qualquer restaurante da rede pelo simbólico preço de US$ 0,01. A única regra era: esse pedido no aplicativo tinha de ser feito quando a pessoa estivesse dentro – ou bem próxima – de um restaurante do McDonald’s.
A Zombie participou do lançamento da campanha, criando a identidade visual para o lançamento, incluindo a peça essencial para convencer o público a baixar o aplicativo. O case foi feito posteriormente pela FCB Nova York e uma produtora local, que captou as reações das pessoas e também a repercussão na internet. “Até o minuto final do lançamento, o nosso time manteve um envolvimento em tempo real com o cliente. Toda a parte ‘legal’ de se lançar uma ideia como essa foi absurda e com um time de advogados do lado da FCB mexendo em cada vírgula da animação e da mecânica, para não correr o risco de gerar um problema jurídico com o concorrente”, explica Natalia.
Apesar da evidente comemoração com a premiação, essa não é a primeira vez que a Zombie tem participação na produção de uma campanha que voltou com Leão da Riviera Francesa. Desde que nasceu, em 2012, a empresa nunca passou em branco no festival. Neste ano, o seu trabalho esteve presente em três dos cases premiados, que juntos conquistaram 14 Leões no festival. Além de “The Whopper Detour” (3 GPs, 5 Ouros, 3 Pratas e 1 Bronze), a empresa também participou da produção das peças “Parade”, “Mount Rushmore” e “First Flight”, da Arnold Worldwide Boston para Progressive Insurance (1 Prata) e “Firefly”, da Publicis para Bradesco (1 Bronze).
Neste ano, a Zombie também teve campanhas vencedoras em festivais como o D&AD, One Show, Webby Awards, Wave, entre outros. “Não nos posicionamos como produtora. Nosso background vai além do craft em filme ou animação, fazemos questão de nos colocar ao lado de nossos clientes e parceiros como viabilizadores de ideias, não importando a mídia”, ressalta a sócia e cofundadora da empresa. Apesar do bom momento, Natalia não deixa de opinar sobre os desafios e o potencial da produção brasileira. “Precisamos superar esse período de crise que sufoca o mercado interno. Por outro lado, a demanda internacional sempre esteve alta e hoje as produtoras do Brasil têm mostrado que não deixam nada a desejar em termos de qualidade, quando estão competindo com as internacionais. O Brasil é uma potência criativa que exporta talentos e abastece uma indústria criativa mundial”, finaliza.
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