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Armando Bo faz crítica em palestra

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Comunicação

Armando Bo faz crítica em palestra

Em palestra no Festival do CCSP, diretor argentino vê ?lei para poucos? e bate-boca com diretora executiva da Apro


3 de setembro de 2012 - 12h13

Numa apresentação que durou cerca de uma hora e teve a mediação de Guillermo Vega (diretor de criação da W+K São Paulo), o diretor de cena argentino Armando Bo, sócio da Rebolucion, uma das produtoras mais premiadas de seu país, discutiu sua relação com cinema e publicidade, além de contar detalhes e bastidores de seu processo criativo. Num dos momentos mais quentes do Novo Festival do CCSP, Bo travou uma discussão exaltada com Sônia Piassa, diretora executiva da Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro).

O motivo do bate-boca foi o aumento da taxa de Condecine para obras filmadas fora do País (que, desde janeiro, subiu para R$ 200 mil) e as restrições para diretores e produtoras estrangeiras que decidiram se fixar no País – caso da Rebolucion, de Bo, que abriu a Rebolucion BR há um ano.

Enquanto comentava os desafios da produção no Brasil, fez menção à mudança na lei (“Acho que tem sido um dano terrível à indústria”, disse). Sônia, então, pediu a palavra alegando a defesa das produtoras brasileiras. Depois de alguns minutos de discussão, ela sugeriu que Bo falasse das restrições impostas pelo governo argentino, cuja lei “é dificílima. Mas lei é lei”. Bo, então, retrucou: “Lei é lei e deve ser cumprida quando vale para todos. Não me parece justo quanto vale apenas para alguns”, afirmou, referindo-se às regras brasileiras.

Após um movimento “deixa disso” por parte da organização, Bo ressaltou a importância da propaganda em sua carreira no cinema – ele é roteirista de “Biutiful”, do diretor Alejandro Gonzales Iñarritu e dirigiu “O último Elvis”, um longa dramático sobre a prosaica rotina de um imitador de Elvis Presley. “Foi importante trabalhar em publicidade para treinar o olho e pensar com imagens, mas na hora de fazer cinema é preciso readaptar para pensar em ritmo”, disse Bo.

Ao comparar a produção dos dois países, o diretor ressaltou que o Brasil, talvez por ser um país “mais feliz” que a Argentina, tende a ter atuação, trilha e efeitos muito exacerbados. “É difícil, porque as vezes isso pode ser malvisto. Para mim, sempre é uma preocupação diminuir um pouco a atuação, a música”, afirmou. Após responder perguntas, Bo encerrou sua apresentação e, num gesto diplomático, posou para uma foto com Sônia Piassa ao descer do palco. A discussão foi bem vista pelo presidente do CCSP, Eduardo Lima. “Um dos motivos de realizar as palestras e abrir o festival é suscitar esse tipo de discussão. Afinal, não está tudo bem, e precisamos falar sobre isso”, disse.

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