CEO do S&S detalha Era do Agora
Kevin Roberts está no Brasil a convite da Petrobras, cliente da F/Nazca
Kevin Roberts está no Brasil a convite da Petrobras, cliente da F/Nazca
Teresa Levin
6 de fevereiro de 2012 - 5h00
É a “Era do Agora”. Assim, Kevin Roberts, CEO da Saatchi & Saatchi, classifica o momento atual. Ele está no Brasil a convite da Petrobras, cliente da F/Nazca S&S. Na manhã desta segunda-feira, 6, realizou palestra na sede da estatal, no Rio de Janeiro, e aproveitou o encontro para falar sobre os conceitos que estarão em um novo livro, que está escrevendo e chegará ao mercado em setembro. Na terça-feira, 7, Roberts participar de jantar com o board mundial da S&S, que reunirá cerca de 15 lideranças em São Paulo.
A iniciativa de promover uma palestra com um dos maiores nomes da comunicação mundial para convidados é pioneira na Petrobras, que sempre fez encontros do tipo para o público interno, mas desta vez ampliou a audiência. “Trazer uma personalidade do mundo do marketing como ele, que criou o conceito das Lovemarks, é muito bacana. Tem a ver com a Petrobras e o aquecimento da empresa, com tudo que teremos pela frente, não só no Brasil, mas no mundo, com o pré-sal”, comentou Gustavo Ferro, gerente de publicidade da companhia. Para ouvir os conselhos do CEO do S&S, a Petrobras convidou representantes de entidades do mercado publicitário, como ABA, Abap, ABP, Grupo de Mídia e Abemd, além de diversos profissionais da área.
Novo cenário
Para uma plateia com mais de 200 pessoas, Kevin Roberts fez um discurso categórico: saímos da era da informação para um momento no qual nada é novo e tudo é muito rápido, levando a uma nova relação com as marcas e a novos conceitos no marketing. “Quando achamos que alguma coisa é nova, já está todo mundo comentando no Twitter, Facebook ou Youtube. Hoje as pessoas querem tudo agora. Entramos na nova economia de participação, na qual todos querem se engajar, conversar”, destacou.
Roberts acha que atualmente nos afogamos em informação. “Mas não seremos mais interrompidos por banners, singles, anúncios. Queremos interação”, previu. Diante deste cenário, o retorno de investimento é importante e sempre será, mas o mais relevante é o envolvimento com os consumidores. “A Nike, por exemplo, faz muito bem isso”, citou.
Para ele, as antigas regras do marketing estão mortas. “Hoje não é mais sobre vender e criar demanda, mas criar um movimento, inspirando as pessoas a unirem-se a ele. Elas querem ser parte de uma coisa maior que uma marca ou marketing”, disse.
O CEO do S&S citou ideias cruciais de como vencer na “era do agora”: ser inspirado em um propósito; liberar a emoção; ser um líder criativo, e como tal, se reinventar constantemente, além de surpreender com o óbvio; criar fidelidade além da razão; e contar histórias. “E hoje a melhor forma de contar história é nas telas. Todos nós temos uma tela no bolso. Quem sai de casa sem telefone celular?”, questionou.
“Queremos todas as mídias”
Avaliando o panorama atual dos veículos, Roberts defendeu um novo perfil para os jornais. “Eles têm que rever seu papel e se tornar curadores de histórias, já que quando dão as notícias elas já estão velhas. Têm que criar uma relação emocional entre o leitor e o editor”, comentou. Para ele, um bom exemplo de um jornal que já faz isso é o The Wall Street Journal. “Menos foco em histórias e mais em conselhos”, disse.
O CEO do S&S acredita em um futuro positivo para as revistas. “Elas são mais pessoais e não dependem de deadline”, frisou. Já o rádio, ele acha que tem que ser cada vez mais local e regional, dando poder as pessoas. “Tem que ser uma conversa de mão dupla”, falou.
Roberts acha que há espaço para todas as mídias. “Queremos todas elas. Há uma oportunidade grande para todas se reconstruírem dando foco em intimidade, sensualidade e mistério”, comentou, citando os três conceitos que ela acredita serem fundamentais para criar “Lovemarks”.
Oportunidade
Ao longo de sua apresentação, Roberts deu vários conselhos para a Petrobras. Ele lembrou que a companhia brasileira é muito respeitada no mundo, mas que os próximos quatro anos podem melhorar ainda mais esta imagem. “Olhamos e acreditamos em vocês, mas vocês poderão se tornar mais que uma empresa respeitada e admirada: a única amada neste segmento. E não é fácil amar uma empresa de petróleo e energia. Só que sua empresa faz com que as pessoas vivam melhor”, falou.
O CEO do S&S deu mais uma dica: “nos próximos anos, o mundo vai estar de olho no Brasil e vocês representam tudo de bom para o País. É uma oportunidade incrível não de fazer o marketing da Petrobras, da marca, mas de criar um movimento mundial que entenda sua filosofia, crença e valores”, concluiu.
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