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Conar julga estímulo a crime, sexo e bulimia

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Comunicação

Conar julga estímulo a crime, sexo e bulimia

Propaganda de marca de jeans de Campinas mostra clientes furtando loja; na mesma reunião, Devassa foi absolvida por campanha com Alinne Morais, e Nesfit por suposto incentivo a bulimia


14 de abril de 2013 - 7h11

A reunião do Conselho Nacional de Autorregulamentação (Conar) de quinta-feira 14 julgou dez processos – três quais dois merecem destaque, dada as linhas criativas adotadas.

O mais ousado deles é o comercial “Desejo”, exibido no intervalo comercial da Band Campinas, no interior de São Paulo. Criado pela marca de jeans Rock Blue, sem participação de agência de publicidade, ele exibe duas mulheres ansiosas por obter peças da marca. Elas se entreolham e decidem furtar a loja. Depois, cometem mais dois crimes: roubam as calças de outras duas mulheres que transitam na rua (e as deixam de calcinha, em público); fazem o mesmo, depois, com os policiais que decidem investigá-las. Ao fim, ainda comemoram os crimes em meio ao lote de jeans furtados (assista abaixo).  

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A defesa alegou que o comercial “era dirigido a público adulto e que há muitos comerciais em tom fantasioso”. O tom “fantasioso”, no entanto, não foi detectado pelo Conar, que sustou a campanha por unanimidade de votos. A relatora escreveu, na decisão, que “em tempos de violência e corrupção como o que vivemos, o comercial leva a acreditar que se o consumidor não tem dinheiro para comprar, deve roubar o jeans”.

A outra campanha polêmica teve projeção nacional: trata-se da ativação da Devassa para o carnaval, que teve a atriz Alinne Moraes como protagonista. Seguindo o mote “E você, tá esperando o que para ter a sua primeira vez com uma Devassa?” o filme, criado pela Mood, conta a história de Deco Silva, um homem de 30 anos que informa nas redes sociais que em breve terá a sua primeira vez. O assunto se espalha e vira notícia nas rodas de amigos e até mesmo nos jornais da televisão. Eis que surge o grande dia e Deco finalmente experimenta uma Devassa (assista acima).

Consumidores denunciaram o comercial ao Conar por estímulo a “comportamento sexual irresponsável e apelativo”. A decisão do órgão não acatou tais reclamações e o comercial pode seguir em veiculação (embora isso não deva acontecer, já que a campanha era relativa ao Carnaval, celebrado no início de fevereiro).

Bulimia?
Outra polêmica julgada pelo Conar na reunião passa pela delicada temática dos transtornos alimentares. Consumidores denunciaram ao órgão a campanha “Operação Biquíni”, da Nesfit, criada pela WMcCann.

No comercial, uma modelo é questionada se está magra o suficiente para poder usar trajes sumários em frente a outras pessoas sem se sentir envergonhada (assista abaixo). Os consumidores consideraram a modelo já excessivamente magra e que exigir mais redução de peso seria uma forma de estimular transtornos como bulimia e anorexia. Após defesa da Nestlé, dona da marca, o Conar concluiu que não existe tal intenção – e que a campanha prega alimentação saudável e prática de exercícios para redução de peso. O caso foi arquivado por unanimidade.

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