“Difícil mesmo é sabermos nossos limites”
ECD da Africa e mãe de dois meninos, Sophie Schonburg conta o que tem feito para estabelecer um processo criativo mais saudável durante a quarentena
ECD da Africa e mãe de dois meninos, Sophie Schonburg conta o que tem feito para estabelecer um processo criativo mais saudável durante a quarentena
Renato Rogenski
4 de maio de 2020 - 6h00
Ambiente de incertezas, novas dinâmicas e formas de lidar com o trabalho que ainda requerem adaptação, além do próprio contexto que pode afetar a saúde mental e o processo criativo de qualquer um. Não bastasse ter que enfrentar todas essas barreiras para continuar se mantendo produtiva, como qualquer outro profissional de criação, Sophie Schonburg, ECD da Africa, ainda precisa se dividir em duas para atender aos anseios e demandas dos clientes em um tempo atípico e ao mesmo tempo cumprir as tarefas da vida pessoal e o seu papel como mãe de dois meninos. Na entrevista jogo rápido, a seguir, a publicitária conta o que tem dado certo e o que tem errado nesta nova jornada.
M&M – Como esse período de pandemia está impactando a sua criatividade?
Sophie Schonburg – O pior do momento é justamente a incerteza. O não saber quando e como tudo isso terminará. Isso mexe com a segurança de todos. Por outro lado, nos força a repensar tudo. E aí a criatividade é nosso melhor instrumento. No meio de tanta notícia assustadora, faço questão de buscar pelas boas notícias todos os dias. E é impressionante a capacidade de adaptação e invenção do ser humano, em todas as esferas, em todos negócios e indústrias. Já é clichê falar que não sairemos dessa os mesmos. É fato. E só a criatividade, somada à solidariedade e empatia, é o que poderá nos salvar.
Meio & Mensagem – Como tem sido o seu dia a dia no home office?
Sophie – O começo foi um tanto caótico, agora, temos conseguido ter uma agenda mais organizada. Os dias têm começado cedo e terminado tarde porque o momento pede uma dedicação extra mesmo. A parceria entre cliente e agência nunca foi tão necessária. O difícil é nós mesmos sabermos nossos limites, saber a hora de parar para almoço, parar à noite. Eu, com crianças em casa, tenho que parar forçosamente. A fome das crianças não espera. E aí entram as tarefas de cozinheira, dona de casa, o caos mesmo. Além disso, as crianças também estão se adaptando às aulas online, coisa nada fácil. Para eles confundirem confinamento com férias é um pulo. E fazer o papel de bedel da escola online dá um trabalho danado.
M&M – Quais são as principais vantagens e desvantagens do processo criativo em home office?
Sophie – A vantagem é o silêncio e não interrupção. Consigo ficar invisível por mais tempo do que na agência. Isso ajuda. A desvantagem é obviamente não encontrar as pessoas, não ter a troca olho no olho. As duplas têm feito pequenos milagres trabalhando à distância. Mas aí entra a maravilha que é a tecnologia. As trocas, as conversas entre as equipes e as reuniões com clientes via Teams, Zoom, WebEx, Skype, a ferramenta que quiser, realmente tem funcionado perfeitamente. O que mais pesa no momento é de fato o contexto. Estamos vivendo dentro de uma série ruim da Netflix.
M&M – A concentração está melhor ou pior?
Sophie – Têm dias e dias. Como na agência. O cansaço e o bombardeio de informação que recebemos a cada minuto atrapalha. Mas o conforto de estar em casa ajuda. É preciso tentar manter a sanidade mental, desligando, nem que seja por uma hora, o acesso a tanta informação. Ficar em silêncio, não falar e não ouvir nada a respeito do vírus é vital.
Crédito da imagem de topo: piranka/iStock
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