GA Summit destaca o bom líder
Debates promovidos pelo Grupo de Atendimento, em São Paulo, ressaltam talentos em atendimento e capacidade de atuar em diversos cenários econômicos
Debates promovidos pelo Grupo de Atendimento, em São Paulo, ressaltam talentos em atendimento e capacidade de atuar em diversos cenários econômicos
Meio & Mensagem
5 de novembro de 2014 - 12h35
Profissionais de atendimento de agências e lideranças de marketing dos anunciantes se encontraram na última terça-feira, 4, no GA Summit, evento do Grupo de Atendimento de São Paulo. Entre as discussões, as habilidades de um bom executivo de atendimento e as relações com clientes e colaboradores dos demais times da agência.
Um dos pontos fortes da conversa que reuniu líderes de atendimento de algumas da principais agências nacionais, foi a questão da importância do papel do atendimento ao liderar processos e briefings em que várias agências estão envolvidas. Participaram Fernando Musa, CEO da Ogilvy&Mather; Márcio Santoro, sócio e co-presidente da Africa; Kito Mansano, presidente da Ampro e da Rock Comunicação, e Roberto Grosman, CCO da FBiz.
Para Musa, não há dificuldades quando as regras estão bem claras. “É bom que tenha mais de uma agência, porque nenhuma saberá cumprir um bom papel em todas as necessidades. Existem anunciantes que deixam as regras claras e outros que jogam os problemas para cima e querem que as pessoas resolvam, e aí tem o problema de lidar com a confiabilidade nesses processos”, afirma Musa.
Santoro concorda e destaca que o cliente deve inclusive repreender atitudes dos que estão tentando se desviar do modelo “Se eu fosse anunciante e tivesse uma verba enorme, também teria vários parceiros. O que eu não gosto é cliente que coloca todas as agências na mesma sala e faz disso uma concorrência por um briefing”, aponta Santoro.
Os líderes das agências também comentaram a questão de retenção de talentos em atendimento dentro das empresas. Márcio Santoro avalia que é preciso dar perspectiva para os funcionários, no sentido de diminuir o’ turning over’ das agências. “Não há cultura que resista há um turning over de 40%”, destaca. O executivo conta que dentro da Africa há um curso de gestão para formar novos líderes e mostrar todos os horizontes dentro da empresa.
Roberto Grosman, destaca que na FBiz, a dificuldade é ainda maior já que a agência é reconhecida por ser digital, apesar de atender algumas contas full service. “Acabamos perdendo colaboradores para as agências tradicionais, porque eles acreditam que terão mais oportunidades lá. Por isso é importante trabalhar os valores de quem contratamos, precisamos saber se os valores estão alinhados com os nossos na hora da contratação”, destaca Grosman.
Para uma plateia formada exclusivamente por profissionais de atendimento no GA Summit, Musa ainda aconselhou os participantes a se aproximarem dos seus líderes no sentido de deixar claro o que eles esperam para a sua carreira. “Se deixarmos na mão do RH o processo será conduzido por modelos que nem sempre levam em conta as individualidades de cada um”. O debate foi moderado por moderada por Márcio Oliveira, presidente do Grupo de Atendimento e presidente da Lew’Lara/TBWA.
Relações em jogo
Já no painel em que participaram a lideranças de marketing das empresas um dos assuntos abordados, os convidados contaram sobre quais atributos o bom profissional de atendimento precisa ter para ser o melhor caminho entre agência e cliente. A conversa também moderada por Márcio Oliveira e contou com a participação de Eduardo Tracanella, superintendente de marketing do Itaú; Fabio Baracho, diretor de marketing de Skol, Andrea Napolitano, diretora de marca da BRF, e João Campos, vice-presidente de sorvetes e alimentos da Unilever e presidente da Associação Brasileira de anunciantes (ABA).
De acordo com Tracanella, uma habilidade essencial é o conhecimento sobre a empresa que ele está atendendo, além é claro de valores semelhantes. Baracho, conta que é muito comum os interlocutores das agências mudarem, e sempre que isso acontece, é preciso dar um tempo para o novo atendimento se adaptar. “Ele precisa entender que ele acaba sendo um colaborador da Ambev também, ele precisa se sentir parte da empresa que ele vai atender”, destaca Baracho.
Andrea Napolitano acrescenta que também é primordial que o atendimento não tenha barreiras dentro da agência, em relação aos outros departamentos como criação, planejamento e mídia.
Os quatro profissionais de marketing também deram as suas impressões sobre o cenário econômico que está se desenhando para o ano que vem. Tracanella, em um tom mais sóbrio acredita que será um ano difícil, entretanto. “Estamos trabalhando com um cenário austero, vai ser difícil gerar receitas, então teremos que escolher bem onde vamos investir”, conta Tracanella.
Para João Campos, o que vai fazer a diferença é olhar para as oportunidades em torno das marcas. Ele lembrou da Olímpiada do Rio de Janeiro, que vai gerar uma outra conversa nos lares brasileiros. “Eventos e oscilações na economia sempre vão acontecer, mas temos que focar no consumidor e em como ele está se relacionando com sua marca”, acrescenta.
O GA Summit ainda contou com outros seminários, como a apresentação do case “Os últimos desejos das Kombi”, da AlmapBBDO para Volkswagen; “Speaking Exchange”, da FCB para CNA e ainda debates com temáticas sobre empreendedorismo e economia.
Compartilhe
Veja também
O que propõe o novo curso sobre IA voltado ao mercado publicitário?
Com nove módulos, totalizando cerca de 27 horas de aulas teóricas e práticas, curso da Miami Ad School pretende capacitar uma nova geração de profissionais para a era da IA
Os 8 potenciais conflitos de contas na fusão entre Omnicom e Interpublic
Holdings são detentoras de contas de criatividade e mídia de anunciantes concorrentes em diversos segmentos