Cannes, #MIPTV 2011: Novas fronteiras na indústria do Entretenimento

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Ponto de vista

Cannes, #MIPTV 2011: Novas fronteiras na indústria do Entretenimento


15 de abril de 2011 - 12h00

O MipTV é um dos mais importantes eventos de conteúdo no mundo que todos anos reúne executivos ligados à compra, distribuição e produção de conteúdo sob o foco de trazer novidades, gerar networking e negócios. São 4 dias com centenas de stands, palestras, debates, screanings e muita troca de cartões.

Fui semana passada em Cannes conferir o MipTv 2011 e o que mais me impressionou são os rumos de um futuro próximo que está sendo discutido.

1. Tudo recomeça com a Internet: da audiência à programação e até aos direitos autorais
A audiência deixa de ser exclusivamente passiva. Está mais interativa, mais social e mais multitask. Talvez isso não seja novidade pra você, mas está redefinindo o pensamento dos principais players mundiais sobre o futuro da TV.
De forma alguma significa que a TV ficará obsoleta. Pelo contrário, isso cria novas possibilidades de formatos de conteúdo para ela.
Hoje, as emissoras têm que pensar não apenas na grade televisiva, mas também na “2a tela” (a da internet, seja qual for a interface: computador, iphone, etc). Uma tela em que o consumidor pode interagir, saber mais informações socializar com seus amigos e, até mesmo, comprar a roupa de um determinado galã ou estrela da TV.
E no futuro próximo? Como cativar essa audiência mais interativa? Debate-se muito sobre novos formatos dos próprios da Televisão, como por exemplo a Gamificação do conteúdo: em que a audiência interage, interfere ou faz parte daquilo que assiste.
Um bom exemplo disso foi ver a Freemantle Media– uma das mais importantes empresas de conteúdo do mundo – promover no Miptv a competição CONTENT 360 em busca de novas ideias de programas que não necessariamente precisem da TV. Os finalistas: realities inspirados em Caça ao Tesouro, na socialização do Facebook e crowdfunding. Ao que parece os realities serão cada vez mais abertos para serem protagonizados pela própria audiência.

E não para por aí: a Internet traz consigo um outro patamar de discussão sobre pirataria, distribuição, creative commons e desenvolvimento colaborativo que merece um outro post.

2. Vivemos a revolução social: não basta conteúdo, tem que ser CONTEÚDO SOCIAL, independentemente da mídia
O hábito de assistir TV como forma de socialização (família reunida) vai se esvaindo a partir do momento que cada membro de uma casa assiste a programas diferentes, em aparelhos diferentes.
Porém, com as mídias sociais, surge uma nova oportunidade da TV resgatar seu papel de socialização: as pessoas podem compartilhar, comentar, discutir sobre o que viram na TV ao vivo muito além dos limites físicos de uma casa. Ou seja, o Facebook e o Twiiter viram a nova sala de televisão onde todos se reuniam.

3. Mobilidade: o próximo recomeço
Sabe a história do Facebook como sala de televisão? Com a mobilidade, isso pode acontecer em qualquer lugar que as pessoas estejam, a qualquer horário.
Smart-phones e Tablets chegam no mundo com a promessa de reinventar os formatos ainda mais: vídeos interativos, formatos mais curtos, controle-remoto navegável, programas de TV integrados a um universo de conteúdos extras (fotos, vídeos, textos, interações) e até aplicativos para e-commerce.
A indústria está pesquisando esse tipo de solução. E algumas delas já estão disponíveis no mercado. As possibilidades são imensas. A base de celulares conectados ainda é proporcionalmente pequena, mas seu crescimento é eminente. Mal começamos essa que será uma nova revolução.

4. Branded Content e Transmedia Storry Telling: novidades que estão brilhando os olhos da indústria por conciliar inovação e receita
Esse ano o #Miptv abriu um dia inteiro para discutir Branded Content. E isso reverberou bem nos corredores do evento.
Nos painéis, agências de todo o mundo que criaram áreas ligadas a conteúdo e entretenimento em acirrados debates sobre como unir interesses de Marcas, Produtores de Conteúdo e Emissoras. Quem cria? Quem tem a palavra final? Quem é dono do conteúdo? Como mensurar resultados? Perguntas que ainda não têm uma resposta simples, fácil ou definitiva. Enquanto isso, alguns cases como o Gatorade Replay já inspiram o mundo pela sua qualidade e inovação.
Por mais que ainda existam resistências, ficou claro para todos que estamos diante de um novo modelo de receita para broadcasters e um novo modelo de propaganda para anunciantes e agências.
Novo? Vale lembrar que o que hoje conhecemos como novelas nasceu das Soap Operas: programas de rádio encomendados por empresas como Procter.
Novo sim! Se as marcas no passado ajudaram a inventar o formato das novelas, ficou claro que as marcas de hoje podem ter um grande papel na invenção de novos formatos de conteúdo do futuro. O famigerado Transmedia Story Telling: conteúdos mais sociais, com mais mobilidade e integrados à internet.

Ou seja, está na nossa mão fazer acontecer.

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