Meio & Mensagem
4 de maio de 2011 - 8h09
Uma poderosa lição de marketing nos tem sido oferecida pela Inglaterra. Enquanto o filme sobre seu rei gago conquista o Oscar, o filho de Lady Di conquista uma nova princesa que conquista a todos.
Um dia vemos e badalamos o filme que se torna um must. Outro dia nos deparamos com o noticiário e todas as rodas de conversa tomados pelas cenas do casamento real, os rituais, as roupas, a catedral, o encantamento. Tudo isso em torno de uma instituição pra lá de tradicional, antiquada, retrógrada, dispendiosa, mas que continua povoando nossos sonhos.
A monarquia britânica é uma bela marca, protegida como poucas, na contramão das modernidades que nos assolam, colocando o rótulo de ultrapassado em tudo que veem pela frente. Como essa proteção acontece? Com a valorização da liturgia, nos transportando a um mundo mais gentil, mais próximo dos contos de fada, mais previsível, mais confiável e que nos dá de bônus uma pausa nas notícias sobre violência, corrupção e tantos outros temas indesejáveis.
Se o agente 007 atua a serviço de Sua Majestade, a monarquia atua a serviço da mística inglesa, como atuaram os Beatles (reis do iê-iê-iê), e como atua cada detalhe de uma personalidade nacional inabalável, que não adere ao euro, que continua com os volantes do lado direito, que adotou uma mão exclusiva para dirigir seu destino. Pura uniqueness.
By the way, as próximas olimpíadas vão acontecer em Londres. Alguém tem dúvida do proveito que eles vão tirar disso?
Adilson Xavier é presidente e diretor nacional de criação da Giovanni+Draftfcb
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