Meio & Mensagem
21 de junho de 2011 - 9h48
Cannes é um campeonato. Ninguém entra num jogo de campeonato para perder, concorda? Você pode até aceitar a derrota, mas que não faz parte do plano, não faz.
Sendo assim, a ansiedade reina em Cannes. Uns disfarçam melhores do que outros. Mas ela está sempre ali. A ansiedade ronda entre nós. Pode ser por ter que fazer uma palestra, ou por prestar contas numa reunião mundial do grupo, ou por agradar o seu cliente, ou por ganhar um prêmio. Vou falar desse último.
Você chega no domingo e já dá de cara com alguns shortlists. De Direct, de Promo, de Radio… Se você entra, comemora. Por 3 segundos. Logo você acorda e vê que chegar na final não garante a vitória. Estar entre os melhores pode não significar nada se não se transformar em medalha – no caso, em Leão.
Mais ansiedade, mais torcida, mais tentativas de mostrar que está tudo sob controle. Vem o resultado.
Opção 1: não deu. A ansiedade vira frustração. A frustação não pode ser passada adiante. O exercício do autocontrole também gera mais ansiedade. O ciclo de ansiedade e frustração segue até o próximo shortlist.
Opção 2: deu prêmio. A ansiedade vira alívio antes de virar alegria. A sensação é de dever cumprido. A alegria vem aos poucos. Vem a vibração, o delírio. Mas antes de se tornar uma alegria completa, vem uma pergunta que faz tudo voltar para a mesma ansiedade do começo.
"Será que eu não podia ter feito mais e melhor?"
Hugo Rodrigues é Chief Operating Officer e Chief Creative Officer das agências Publicis Brasil, Salles Chemistri e Publicis Dialog
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