Pagar pra não ver

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Ponto de vista

Pagar pra não ver


24 de junho de 2011 - 12h20

Pergunte para uma. Para duas. Para cem pessoas. "O que você está achando do Festival esse ano?". "Looooootaaaaaado" – soará como resposta uníssona. Isso não seria nenhum problema se todos que pagaram aproximadamente EUR$ 2.500 tivessem o seu lugar garantido.
Mas não é o que tem acontecido em Cannes nos últimos anos. Em 2010, por exemplo, no auge da crise européia, mesmo vazio, o Festival não teve capacidade para acolher todos que quiseram ouvir o fundador do Facebook, Mark Zunhjfkdldl…BERG :))))).
Esse ano está muito, muito, mas muito pior. Qualquer palestra que você ousa assistir não tem lugar. E pior: mesmo com transmissões simultâneas em outras salas, você não consegue um espaço. Muitos desistem depois de tantas tentativas. Uma das situações mais bizarras foi durante a Palestra da Coca Cola – sucesso absoluto de público. Aliás, fez tanto sucesso e ocupou tantas salas que num determinado momento, o Festival interrompeu a apresentação de Filmes de uma quarta ou quinta sala e começou a transmitir a palestra. Ou seja: quem estava vendo os fimes, que se dane… É isso? Já imaginou se fosse eu ou você que tivessemos organizado um evento assim? Estaríamos sendo criticados pelas redes sociais, malfalados pelos jornalistas e formadores de opinião e provavelmente processados. Mas aqui na Côte D’Azur parece que o pessoa não liga de pagar para não ver. De repente depois até usa o problema como desculpa por não ter conseguido assistir as palestras. Bom, deixa eu fechar o laptop porque o sol aqui na praia de Saint Tropez tá tão forte que vai acabar dando problema na máquina.

Hugo Rodrigues é Chief Operating Officer e Chief Creative Officer das agências Publicis Brasil, Salles Chemistri e Publicis Dialog  

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