Assinar

Pop Marketing

Buscar
Publicidade
Ponto de vista

Pop Marketing

Poderíamos usar a mesma criatividade da propaganda para um marketing mais popular e descontraído


18 de novembro de 2014 - 2h49

Um dia desses, estava ouvindo, na rádio CBN, o conceituado Maurício Kubrusly contar um caso no programa do Carlos Alberto Sardenberg. Eles haviam acabado de gravar uma matéria externa e resolveram relaxar tomando um aperitivo. Pediram à produtora do programa, que autorizou. E enquanto desmontavam câmera e tripés, ouviram ela ligar para a redação e pedir para falar com a Xana.

Opa! O quê? Todos seguraram o riso a muito custo e o Maurício relata que, ao desligar o celular, ele perguntou à produtora se o nome da funcionária era esse mesmo. Ela confirmou: Xana. Gargalhadas gerais.

Ele pediu para conhecê-la e todos foram à redação. Ao chegar lá, foi uma festa. Tiraram fotos e ela confirmou que seu nome era esse mesmo, que seus pais gostavam do nome, etc.

Todos deram muita risada da história: Sardenberg, repórteres e eu, ao volante.

Logo depois, os ouvintes deram retorno, avisando que conheciam muitas mulheres com esse nome. Inclusive a goleira da seleção brasileira de handebol, considerada a melhor do mundo: Chana Masson. 

wraps

Chana Franciela Masson de Souza (Capinzal, 18 de dezembro de 1978) é uma atleta brasileira de handebol. É a goleira titular da Seleção Brasileira de Handebol Feminino desde 1998. Em 2010, foi eleita a melhor goleira da Liga Dinamarquesa. 

wraps

Provavelmente, o Ibope do programa bateu recorde. Isso me fez pensar no seguinte: “Por que não usar o humor e os costumes brasileiros na hora de batizar produtos e torná-los mais populares e memorizáveis?”.

Como, por exemplo, a marca de carro chinês Chana, mostrada acima. Claro que em chinês o sentido deve ser outro. Mas não importa a grafia, soa igual.
Mas o nome Nhá Benta não é melhor que o antigo Dan Top? E as sobremesas caseiras? Baba de Moça, Engana Marido? Não são nomes mais populares que o sofisticado Cup Cake?

Existe, todos sabemos, a mania de países colonizados e subdesenvolvidos usarem nomes e expressões de outras línguas para sofisticar seus produtos, como se isso lhes conferisse mais qualidade. Bullshit!

Entre em um shopping classe A e você vai ver em quase todas as vitrines o termo SALE. Liquidação e Queima Total seriam mais eficientes, mas não tão chique para o estabelecimento.

Mas, pensando bem, até que dá pra conciliar as duas coisas. Sofisticação com imaginação. Olha a sugestão de um amigo meu para uma oficina de troca de óleo: DU – CAR – ÓLEO.

Ou o exemplo da indústria de preservativos. Se em inglês pode, por que em português não? A maioria de nós sabe o significado de Blowjob em inglês. Mas 90% dos consumidores brasileiros não. Blowtex, sabor morango. Porque não “Bouket-Tex”? Ou “Bill-Autex”? Ou simplesmente Camisinha, como todos falam? Não seriam mais eficientes e populares no Brasil? Não venderia mais?

Vejam o sucesso que é Bom-Brill ou Tom-Bom.

E “breja” ou “birra” em vez de cerveja? Ou “loura gostosa”, como fizemos há anos para a cerveja Antarctica, com Jô Soares e Marilia Gabriela?

Conceito que talvez tenha inspirado e foi corajosamente usado, anos depois, pela cervejaria Kirin para batizar Devassa com Paris Hilton.

Se fala tanto, hoje em dia, em Propaganda Pop, que poderíamos usar a mesma criatividade para um Marketing mais popular e descontraído.

Lembre-se: “Vox Populi, Vox Dei”.

* Julio Xavier, diretor de cena da BossaNovaFilms. 

Publicidade

Compartilhe

Veja também