Qual o impacto do não dito nas embalagens?
Em campanha, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor pede participação do público em pesquisa sobre transparência nos rótulos dos alimentos
Em campanha, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor pede participação do público em pesquisa sobre transparência nos rótulos dos alimentos
Contrariando a famosa frase que precede a degustação de algum prato, “abra a boca e feche os olhos”, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) estreou, na semana passada, a campanha com o alerta “Quando abrir a boca, não feche os olhos”.
A partir da coalizão com a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, a entidade quer mobilizar a população a participar da consulta pública da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a rotulagem frontal nas embalagens dos alimentos. O objetivo é que as empresas comecem a informar corretamente o excesso de açúcar, sódio e gorduras saturadas nos alimentos embalados.
A falta de transparência nos rótulos pode levar, de acordo com a entidade, ao consumo excessivo de certos alimentos, o que impacta diretamente a saúde pública, gerando casos de obesidade. Desde 2017 o Idec veicula campanhas para conscientizar o consumidor sobre a indústria de alimentos ultraprocessados.
Para André Correa, gerente de comunicação do Idec, ainda há muita desinformação sobre os ingredientes consumidos. Esse foi um dos motivos pelo qual a entidade decidiu, nesta campanha, investir mais no digital. Criada pela agência Repense, a comunicação também inclui TV, out-of-home e ativação com influenciadores:
Meio & Mensagem – A população está mais consciente sobre os ingredientes que consomem?
André Correa – Infelizmente não. E não é por falta de vontade, mas por falta de informação. Hoje a indústria de alimentos ultraprocessados (não confundir com industrializados) usa a embalagem de seus alimentos como bem entende, enfatizando as características positivas e simplesmente ignorando as negativas. Produtos vendidos como “fit” destacam em suas embalagens “rico em fibras” e escondem em dados confusos e letras miúdas os excessos de gordura, sal, açúcar.
M&M – Quais ainda são os desafios para incutir mais conhecimento e interesse sobre o assunto?
Correa – Falta pensar em quem realmente sai perdendo com essa desinformação. Não é a classe média, que sabe que está comendo porcaria. São as pessoas mais humildes, que compram salgadinhos de pacote pra dar pros filhos jantarem porque acham que é “de milho”. Bebem refrigerantes sem saber o que realmente tem lá dentro. Falta respeitar o direito que todas as pessoas têm de saber o que estão comendo. Essa campanha é sobre isso: sobre todos os cidadãos brasileiros – incluindo os mais humildes – terem seu direito de saber o que comem respeitado.
M&M – Além do primeiro filme, como serão os desdobramentos no digital e no OOH?
Correa – A campanha começou no digital antes mesmo da consulta pública abrir, no dia 23 de setembro, e segue até o último minuto do último dia da consulta. Diferente de campanhas anteriores, essa tem sua espinha dorsal no digital, e outras mídias como suporte. Mas nem por isso estamos deixando de pensar fora da caixinha: ações btl começam a acontecer nessa semana em todo o Brasil, temos OOH em SP e RJ além de pay tv com GloboNews e GNT.
M&M – Quais os objetivos da campanha, além de mobilizar o público a participar da consulta pública da Anvisa?
Correa – Desde 2017 estamos com campanhas no ar para conscientizar o consumidor sobre o fato de que, hoje, a indústria de alimentos ultraprocessados não respeita o direito das pessoas saberem o que comem. Trata-se de um problema real, que é em grande parte responsável pela atual epidemia de obesidade no país e no mundo, além de outras doenças. Participar da consulta pública da Anvisa é a chance que todos temos de dizer diretamente pra quem regula o setor que queremos esse direito respeitado.
Isabella Lessa
29 de outubro de 2019 - 14h21
Contrariando a famosa frase que precede a degustação de algum prato, “abra a boca e feche os olhos”, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) estreou, na semana passada, a campanha com o alerta “Quando abrir a boca, não feche os olhos”.
A partir da coalizão com a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, a entidade quer mobilizar a população a participar da consulta pública da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a rotulagem frontal nas embalagens dos alimentos. O objetivo é que as empresas comecem a informar corretamente o excesso de açúcar, sódio e gorduras saturadas nos alimentos embalados.
A falta de transparência nos rótulos pode levar, de acordo com a entidade, ao consumo excessivo de certos alimentos, o que impacta diretamente a saúde pública, gerando casos de obesidade. Desde 2017 o Idec veicula campanhas para conscientizar o consumidor sobre a indústria de alimentos ultraprocessados.
Para André Correa, gerente de comunicação do Idec, ainda há muita desinformação sobre os ingredientes consumidos. Esse foi um dos motivos pelo qual a entidade decidiu, nesta campanha, investir mais no digital. Criada pela agência Repense, a comunicação também inclui TV, out-of-home e ativação com influenciadores:
Meio & Mensagem – A população está mais consciente sobre os ingredientes que consomem?
André Correa – Infelizmente não. E não é por falta de vontade, mas por falta de informação. Hoje a indústria de alimentos ultraprocessados (não confundir com industrializados) usa a embalagem de seus alimentos como bem entende, enfatizando as características positivas e simplesmente ignorando as negativas. Produtos vendidos como “fit” destacam em suas embalagens “rico em fibras” e escondem em dados confusos e letras miúdas os excessos de gordura, sal, açúcar.
M&M – Quais ainda são os desafios para incutir mais conhecimento e interesse sobre o assunto?
Correa – Falta pensar em quem realmente sai perdendo com essa desinformação. Não é a classe média, que sabe que está comendo porcaria. São as pessoas mais humildes, que compram salgadinhos de pacote pra dar pros filhos jantarem porque acham que é “de milho”. Bebem refrigerantes sem saber o que realmente tem lá dentro. Falta respeitar o direito que todas as pessoas têm de saber o que estão comendo. Essa campanha é sobre isso: sobre todos os cidadãos brasileiros – incluindo os mais humildes – terem seu direito de saber o que comem respeitado.
M&M – Além do primeiro filme, como serão os desdobramentos no digital e no OOH?
Correa – A campanha começou no digital antes mesmo da consulta pública abrir, no dia 23 de setembro, e segue até o último minuto do último dia da consulta. Diferente de campanhas anteriores, essa tem sua espinha dorsal no digital, e outras mídias como suporte. Mas nem por isso estamos deixando de pensar fora da caixinha: ações btl começam a acontecer nessa semana em todo o Brasil, temos OOH em SP e RJ além de pay tv com GloboNews e GNT.
M&M – Quais os objetivos da campanha, além de mobilizar o público a participar da consulta pública da Anvisa?
Correa – Desde 2017 estamos com campanhas no ar para conscientizar o consumidor sobre o fato de que, hoje, a indústria de alimentos ultraprocessados não respeita o direito das pessoas saberem o que comem. Trata-se de um problema real, que é em grande parte responsável pela atual epidemia de obesidade no país e no mundo, além de outras doenças. Participar da consulta pública da Anvisa é a chance que todos temos de dizer diretamente pra quem regula o setor que queremos esse direito respeitado.
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