Reino Unido toma postura enérgica contra estereótipos
A partir do ano que vem, começam a vigorar novas regras estabelecidas pela Advertising Standards Authority (ASA) que irão banir peças que reforcem a desigualdade entre os gêneros
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Por Emma Hall, do Advertising Age
A Advertising Standards Authority (ASA), principal entidade regulatória da publicidade do Reino Unido, votou a favor de uma medida mais dura em relação a anúncios com estereótipo de gênero.
Sob a justificativa de que tais propagandas são prejudiciais à sociedade, a organização quer eliminar, por exemplo, comerciais que coloquem a mulher como única responsável pela limpeza da casa. Atualmente, a Asa bane peças por sexualização imprópria (como um anúncio da American Apparel que sexualizou estudantes) e pela promoção de ideais de magreza inatingíveis (vide campanha da Yves Saint Laurent anos atrás). Os estereótipos de gênero têm, no entanto, escapado da peneira regulatória.
O já famoso anúncio “Beach Body Ready”, da Protein World, veiculado no ano passado, sofreu escrutínio nas redes sociais e foi alvo de uma petição assinada por 60 mil pessoas. Na época, a ASA foi criticada por dizer que o anúncio não era inapropriado. A marca ficou encrencada somente por reforçar os efeitos da perda de peso.
Mas esse tipo de estereótipo de gênero, em que se espera que a mulher se comporte de determinada forma, passará a enfrentar um veto mais rigoroso a partir de 2018, quando vigoram as novas regras.
“Embora a publicidade seja somente um dos muitos fatores que contribuem com um cenário desigual para os gêneros, padrões mais rígidos de publicidade podem desempenhar um papel importante na redução de desigualdade e melhorar resultados para pessoas, para a economia e para a sociedade como um todo”, disse Guy Parker, CEO da ASA, em comunicado.
Na semana em que a revelação da primeira atriz a interpretar Doctor Who causou controvérsias, a ASA terá um longo caminho pela frente para arrastar a sociedade britânica ao século 21.
Julia Haygarht, CEO da agência londrina Beattie McGuinness Bungay, apoia a iniciativa. “Awareness deveria ser o gatilho do processo de criação da comunicação. Não podemos, como agências, falar sobre contribuição à cultura e então dar um passo atrás de nossas responsabilidades. Moldamos mentes, atitudes e opiniões e não devemos reforçar as negativas”, afirma.
As novas regras começam a posicionar o Reino Unido ao lado de outros países – como Noruega, Espanha, Finlândia, Irlanda, Alemanha, Índia, Itália, África do Sul, Canadá e França – onde o estereótipo de gênero em anúncios já é desencorajado. A ASA pesquisou 28 países e constatou que, dentre eles, 24 já restringem o estereótipo na publicidade.
Nos EUA, a Children’s Advertiser Review Unit possui diretrizes para garantir que “anunciantes evitem reproduzir stereótipos e preconceitos”, mas não há orientações semelhantes para a publicidade direcionada às demais faixas etárias.
O movimento da ASA vem logo após o lançamento da Unstereotupe Alliance pela United Nations, iniciativa apoiada por Unilever, Procter & Gamble, WPP, Diageo, Google e Facebook, cujo intuito é combater o estereótipo de gênero na publicidade em escala global.
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