Transtornos de ansiedade atingem cerca de 20% da população de São Paulo. O problema é comum em setores como publicidade ou em ambientes em que o profissional sente que será devorado se for apenas ?um cara normal?. Se o mal não for tratado, pode gerar uma depressão no futuro
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13 de janeiro de 2015 - 10h25
Por Lena Castellón
O psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade (Amban) do Hospital das Clínicas e professor da faculdade de medicina da USP, é uma das referências no Brasil quando se trata de transtornos ansiosos, um mal que atinge cerca de 20% da população de São Paulo, segundo estudos feitos na cidade. Entre essas pessoas estão profissionais do mercado de comunicação que vivem sob pressão ou em ambientes em que há uma meritocracia feroz. Nessas situações, o funcionário sente que será devorado “se for só um cara normal”. Outro problema importante é a depressão, que afeta 15% dos brasileiros (entre os homens, o índice é 10%; nas mulheres, 20%). Bernik, que é coordenador do Amban desde a década de 1990, aponta que não se pode incorporar o trabalho de um modo tão excessivo porque o risco é o desenvolvimento de um quadro ansioso. Ele alerta: ansiedade patológica não tratada leva à depressão no futuro.
Bernik explica que os sintomas da ansiedade normal e os da patológica são similares. "O que diferencia é a incapacitação". Nos quadros ansiosos, há sofrimento excessivo (às vezes, com preocupações irrealistas), disfunção (o que atrapalha o desempenho do indivíduo na escola ou no trabalho) e desvantagem competitiva em relação aos outros (um fóbico social, por exemplo, pode ser um bom funcionário, mas, por não ter a habilidade de autopromoção, não conseguirá ter cargos de destaque). Na depressão, o sofrimento excessivo também é uma marca. E os problemas funcionais são intensos, como dificuldade de adormecer, alteração de apetite e constantes pensamentos negativos a respeito do futuro.
Veja o que as empresas podem fazer por seus funcionários no vídeo disponível no canal da TV Meio & Mensagem no YouTube.
Leia aqui trechos da entrevista. A íntegra da entrevista com Márcio Bernik está na seção Sapo de Fora da edição 1642 de Meio & Mensagem (com data de publicação de 12 de janeiro) que pode ser acessada por assinantes na versão impressa e no tablet (iOS e Android). E mais abaixo conteúdo exclusivo para o site.
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