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Multiplicando o tamanho da sua empresa

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11 de outubro de 2021 - 6h00

(Crédito: iStock/ Oatawa)

Você não entende como a estratégia de privilegiar o crescimento em detrimento do resultado pode viabilizar altos múltiplos nas avaliações de empresas, especialmente na indústria de tecnologia? Então vem comigo!

Empresas que fazem parte de mercados em crescimento, geralmente, não pagam dividendos aos seus acionistas e reinvestem toda a sua receita. Se este reinvestimento não for suficiente, ou seja, se a possibilidade de crescimento de uma empresa for maior do que a sua geração de caixa, faz sentido que ela busque capital de terceiros para acelerar o seu crescimento.

No caso de startups, esta situação é até dramática, uma vez que ela sempre depende do dinheiro de terceiros para crescer, pois não é esperado que gere resultados no curto prazo. Como as ofertas de crédito são bastante limitadas, os fundadores abrem mão de parte da sua participação acionária para propiciar este crescimento. Ou seja, apostam em ter uma fatia menor de um bolo maior, buscando fundos para escalar de forma acelerada.

O capital que financia este tipo de crescimento em startups é conhecido como growth, ou seja, de crescimento, nome que descreve exatamente o seu papel: acelerar a escalada de uma empresa. A evolução e sofisticação do ecossistema brasileiro de startups têm atraído capital de growth internacional e é ele o principal responsável por termos hoje 21 unicórnios no Brasil.

– A tese de investimento do capital de growth se concentra em algumas perguntas chaves:

– Qual o tamanho que esta empresa pode chegar?

– Por quanto tempo consegue crescer a taxas tão elevadas?

– Qual será a estrutura de margem ao longo do tempo?

Esta análise pode fazer com que duas empresas tenham números de receita semelhantes em um momento, mas uma receita real esperada, fluxo de caixa e resultados finais bastante diferentes. E sim, se uma empresa crescer a taxas elevadas por um longo período de tempo e gerar resultados negativos, os investidores podem seguir capitalizando rodadas com avaliações que pareçam altas, desde que acreditem na continuidade da escala e crescimento e que a empresa poderá gerar resultados ainda maiores do que o atual.

O investidor enxerga uma oportunidade de “comprar tempo” e acelerar o crescimento.

Alguns exemplos para inspirar:

Fundada em 1995, a Amazon é tecnicamente classificada como varejista de internet no setor de bens de consumo, mas, na verdade, é uma empresa de tecnologia. Avaliada em mais de US$ 1 trilhão, tornou-se uma das maiores empresas sujeitas ao ceticismo pela desconexão entre suas receitas líquidas e suas avaliações, afinal, até o ano de 2001, a Amazon não produziu nenhum resultado financeiro, ou seja, reinvestiu toda a sua receita e operou no prejuízo. Será que os seus investidores estavam malucos? Bom, um investimento de US$ 1.000 em maio de 1997 equivale a  mais de US$ 2 milhões em julho de 2021, nada mal, né?

O Nubank começou como uma pequena startup em 2013 e seguiu o modelo de sucesso de grandes empresas de tecnologia globais, reinvestindo suas receitas e captando investidores para poder acelerar o crescimento. A série G, em junho de 2021, quando Warren Buffett se tornou investidor, avaliou o maior banco digital do mundo em US$ 30 bilhões. Este decacórnio segue firme na jornada para atingir um objetivo ainda maior: valer US$ 100 bilhões na sua estreia na Nasdaq: ou seja, 60 vezes o valor da sua receita estimada para 2021.

Claro que desempenho passado não é garantia de resultados futuros, mas estes exemplos são indicativos poderosos sobre os efeitos da persistência na tese do crescimento acelerado.

Sonhos precisam de metas, persistência e coragem para serem realizados.

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