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Apple e Facebook debatem sobre a polêmica privacidade de dados

Moderado por Rajeev Chand, diretor de pesquisa da Wing Venture Capital, painel reuniu executivas do Facebook, Apple, P&G e Comissão Federal do Comércio dos EUA para discutir o tema

Amanda Schnaider
8 de janeiro de 2020 - 9h38

Da esquerda para a direita: Rajeev Chand, Erin Egan, Jane Horvath, Susan Shook e Rebecca Slaughter (Crédito: reprodução)

A privacidade tornou-se questão central na CES 2020 após anos de reação contra gigantes da tecnologia como Google e Facebook sobre como compartilham dados pessoais de seus usuários. Em uma mesa redonda moderada por Rajeev Chand, diretor de pesquisa da Wing Venture Capital, nesta terça-feira, 7, a feira reuniu Jane Horvath, diretora sênior de privacidade global da Apple — empresa que não participava do evento desde 1992 –; Erin Egan, diretora de privacidade do Facebook; Susan Shook, diretora de privacidade global da The Procter & Gamble Company; e Rebecca Slaughter, comissária da Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) para discutirem o tema.

Tanto Erin, do Facebook, quanto Jane, da Apple, comentaram sobre como suas companhias permitem que os usuários optem por compartilhar seus dados com suas respectivas empresas e parceiros. Porém, Rebecca, da FTC, afirmou estar “preocupada com um universo em que toda a carga para proteger os dados de alguém está nos consumidores”. Além disso, completou dizendo que “a obrigação precisa ser colocada não apenas no consumidor, mas nos coletores de dados para minimizar o que é coletado, minimizar o que é retido, sem gerar essa infinidade de dados que podem desaparecer”.

Minimizando os danos
Dessa forma, para rebater esta conclusão de Rebecca, a diretora sênior de privacidade global da Apple descreveu práticas da companhia que ajudam a proteger o consumidor, como a privacidade diferencial, processamento no dispositivo e identificadores aleatórios para Siri e Maps. “A Apple usa privacidade diferencial para impedir que a empresa vincule dados a um determinado consumidor, além de processamento no dispositivo que não passa informações privadas para a empresa e identificadores aleatórios de dispositivos para a Siri e o Maps, portanto, não há rastreamento”, disse Jane.

A diretora sênior de privacidade da Apple ainda comentou que os dados de localização são especialmente sensíveis e devem ser minimizados, citando um exemplo relacionado à assistente de voz: “quando você pergunta à Siri o tempo, a Apple usa apenas os dados no nível da cidade para evitar a coleta de informações de localização mais específicas. Mas se você pedir à Siri para encontrar supermercados perto de você, ela entrará em latitude e longitude para garantir recomendações próximas”.

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Apesar de ter um modelo de negócios diferente do da Apple, no qual os lucros advêm da publicidade que se baseia nos dados dos usuários, a diretora de privacidade do Facebook avalia que o compromisso com a privacidade é o mesmo. “Temos um modelo de negócios diferente do da Apple, mas estamos muito comprometidos com a privacidade protegida. É um serviço diferente que oferecemos, mas isso não significa que um esteja mais comprometido com a privacidade do que o outro”. Erin, do Facebook, ainda afirmou que a companhia minimiza o máximo possível a coleta de dados. “Coletamos os dados necessários para servir as pessoas e para publicidade relevante”, finalizou.

Após ter pago uma multa recorde de US$ 5 bilhões a FTC no ano passado por violar um decreto de consentimento da Comissão de 2012 que exigia que a empresa fosse transparente com o tratamento de dados do usuário, o Facebook utilizou a CES na segunda-feira, 6, para anunciar a atualização de sua ferramenta de verificação de privacidade, a “Privacy Checkup”. Porém, durante a mesa redonda, a comissária da FTC disse que “mesmo que os consumidores possam fazer uma verificação de privacidade, a quantidade de informações que você precisa processar para descobrir o que está acontecendo com seus dados é insustentável para a maioria dos consumidores”.

Além das obrigações legais, como estar em compliance com as regras da lei de proteção de dados, Susan, da P&G, disse que sabe que deve-se fazer o certo ou perder clientes. “Os fabricantes de produtos para consumidores, diferentemente das empresas de tecnologia, podem perder clientes ativamente se não confiarem no que as empresas estão fazendo com os dados”, completou.

Por fim, Rebecca, da FTC, afirmou que não acredita que a privacidade é adequadamente protegida. “A questão é: precisa ser? E qual é o grau que ela precisa ser? Precisamos estar em um universo onde nenhum dado é compartilhado? Qual é a quantidade mínima de dados que podem ser coletados, usados ​​e compartilhados para garantir que as pessoas não sejam prejudicadas? ”, indagou.

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