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Fintechs preparam opções de crédito a microempreendedor

Modalidades como o peer-to-peer aumentam opções para pequenas empresas que buscam financiar suas operações durante crise do novo coronavírus


1 de abril de 2020 - 6h00

Novas modalidades de crédito aprovadas pelo Banco Central devem ampliar oferta para microempreendedores (Crédito: Kali9/iStock)

Mudanças recentes na regulamentação da oferta de crédito já alteraram o cenário brasileiro de empréstimos. Com o novo coronavírus, a demanda de pequenos e médios varejistas, que buscam manter vivos seus negócios por enquanto fechados, deve colocar novos formatos e fintechs à prova.

Uma das principais mudanças no ambiente de crédito brasileiro foi a implementação da Sociedade e Empréstimo Entre Pessoas (SEP), realizada pelo Banco Central em 2018. Conhecida também como peer-to-peer, a modalidade permite que um investidor individual ou um grupo empreste a outra pessoa ou empresa, sendo essa transação intermediada por uma instituição financeira.

Nesse ambiente, há fintechs focadas no crédito ao micro e pequeno empreendedor. Esse é o caso da Nexoos, primeira instituição do Brasil a atuar com essa modalidade de empréstimo. “Na primeira semana da crise do coronavírus, vimos um aumento de 22% no número de pedidos de empréstimo”, explica Nicolas Arrellaga, sócio e fundador da plataforma. “Estamos criando produtos para atender à demanda, inclusive estruturando uma linha de facilitação de crédito com o BNDES”, acrescenta.

A expectativa da Nexoos é atingir a marca de R$ 1 bilhão transacionado entre pessoas e negócios. Atualmente, essa marca é de cerca de R$ 300 milhões.

Além de possíveis linhas de empréstimo voltadas ao micro e pequeno empresário, parceiros de negócio com mais força de caixa apresentam também formas de mitigar o efeito do fechamento das portas do varejo nacional.

A Cielo, por exemplo, anunciou recentemente que irá antecipar R$ 5 bilhões em recebíveis aos varejistas parceiros. Com isso, pretende dar mais fôlego às lojas e restaurantes que precisaram pausar temporariamente seu faturamento.

Além do adiantamento, a empresa também anunciou o patrocínio a duas iniciativas do Sebrae que visam ampliar a presença digital de varejistas — oferendo alternativa de vendas. Primeiro, a Cielo anunciou que seria a patrocinadora do Mercado Azul, plataforma que agrega empresas parceiras do Sebrae para anunciar produtos e serviços. Em segundo lugar, disponibiliza cursos da entidade para que os empreendedores saibam como atuar nesse ambiente.

“Estamos passando um momento muito delicado da vida de todo mundo. Precisávamos criar uma plataforma de marca em que conseguíssemos de fato ser relevantes, tendo um posicionamento que seja empático com as pessoas e, ao mesmo tempo, entregue iniciativas reais”, afirma Simone Cesana, diretora de marketing da Cielo.

Novos (ex) investidores

Outra movimentação estrutural do cenário financeiro brasileiro que será colocada contra a parede nos próximos meses é o aumento do número de investidores em renda variável. Historicamente, por ter uma taxa de juros básica muito alta, o investimento seguro no Brasil era, também, muito rentável. Usualmente ultrapassando os 10% ao ano, inclusive.

Nos últimos anos, isso mudou. Consequentemente, mais pessoas buscaram Bolsas de Valores e outras modalidades para conquistar rendimentos expressivos. Mas o quadro estaria mudando novamente?

“Já estamos sentindo o maior clima de aversão ao risco por parte dos investidores”, afirma Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. Isso não quer dizer, por outro lado, que a renda fixa voltará a ser um ativo relevante junto aos investidores. “A situação acaba tendo um teor didático e vai oferecer resistência e resiliência àqueles que tirarem proveito e lições desse período”, finaliza o analista.

Ainda não está claro ainda, entretanto, qual será o impacto da Covid-19 na renda das famílias e, por consequência, qual será o montante que deixará de ser investido nas Bolsas brasileiras.

 

*Crédito da imagem no topo: Naypong/iStock
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