Como anda o branding do Brasil?

Buscar
Publicidade

Marketing

Como anda o branding do Brasil?

Ana Couto mapeia percepções dos brasileiros sobre personalidades, símbolos e marcas nacionais


24 de agosto de 2022 - 16h49

Com a proposta de discutir a visão polarizada dos brasileiros sobre o Brasil, sugerir uma revisão da valorização nacional e lançar sua plataforma de gestão de valor de marcas, a Ana Couto divulga em evento nesta quarta-feira, 24, o estudo “Branding Brasil”. O relatório, cujo intuito é ser anual, mapeia as percepções dos brasileiros sobre si próprios, o País, os símbolos, incluindo bandeira e camisa da seleção brasileira de futebol, e marcas nacionais. Os resultados indicam saudosismo simbólico e diferenças entre faixas etárias.

 

Anitta, camisa da CBF e Petrobras representam o Brasil (Crédito: Divulgação/Alf Ribeiro/Shutterstock)

Para isso, foi realizada uma pesquisa quantitativa com 2,5 mil respondentes representantes das cinco classes econômicas, social listening de 600 mil publicações no Twitter e consulta a cinco comunidades online. O resultado dividiu a análise em quatro partes: a relação do brasileiro com o País, o branding do Brasil, as marcas brasileiras nas ondas do branding e aprendizados e reflexões.

Símbolos e personalidades

Nos últimos anos, houve uma apropriação política de símbolos nacionais, como a bandeira e a camiseta da seleção brasileira de futebol. Segundo o relatório da Ana Couto, esses símbolos, como outros, fazem parte da construção de valor da nação e representação de marca. A bandeira e a camisa são considerados “símbolo máximo, que representa a união do Brasil” para 73% e 65% da população consultada, respectivamente. Esses símbolos evocam o sentimento de futuro e esperança. Cerca de 58% sentem falta de usar as cores nacionais.

De forma geral, 72% dos entrevistados afirmam se sentir feliz ao ver a bandeira, mas essa porcentagem diminui concomitantemente com a faixa etária. O sentimento é maior entre aqueles com mais de 55 anos (80%) e menor entre os de 16 a 34 anos (64%). A diferença também é grande na valorização da bandeira e associação com o futuro.

De acordo com Ana Couto, CEO da consultoria homônima, aqueles brasileiros acima de 45 anos ainda adjetivam o Brasil como pátria amada, devido a tudo que vivenciaram com o País ao longo da história. Enquanto isso, a pesquisa social indica que os jovens entre 18 a 45 anos têm sentimentos controversos de amor e raiva, alegria e indignação devido a acontecimentos, desigualdades sociais e injustiças que acompanham na trajetória.

A executiva aponta, ainda, outra diferença de público nas respostas sobre os símbolos brasileiros. O sentimento de união representado pela bandeira se faz presente mais representativamente do público acima de 55 anos de idade e do Norte e Centro-Oeste. Mulheres têm mais sentimentos mistos em relação à bandeira (55%) d0 o que os homens (45%).

Outras representações do Brasil e dos brasileiros elencadas foram cartões postais, a natureza, o turismo, manifestações culturais, gastronomia, cotidiano, diversidade, eventos oficiais e problemas sociais. Já as personalidades mais citadas como representantes do País foram Anitta, Neymar e Pelé.

Marcas brasileiras

O estudo também buscou mapear as marcas representantes do Brasil em ambas as escalas nacional e internacional. A Petrobras é predominante, citada por 26% dos entrevistados ou um em cada quatro brasileiros, seguida por Havaianas (7%), Natura (6%), Banco do Brasil (4%) e Guaraná Antártica (3%). De forma geral, os segmentos das marcas mais representam o Brasil são commodities (30%), bens de consumo (24%), financeiro (8%), beleza (7%), varejo (4%), moda (3%), telecomunicações (2%), indústria (2%), serviços estaduais (1%) e associações (0,3%).

Ao questionar os brasileiros consultados sobre os motivos que levam as marcas a representarem o País, a Ana Couto fez um paralelo entre as três ondas do branding para identificar em qual delas cada marca se encaixa. A primeira onda diz respeito ao produto, seus diferenciais, porte, relevância e qualidade. A segunda se refere às pessoas e identifica conexões emocionais com o brasileiro. Já a terceira, do propósito, se relaciona ao compromisso da marca em desenvolver o Brasil.

A Petrobras está mais associada à primeira onda, assim como Natura, Guaraná Antarctica e Banco do Brasil. Havaianas está mais associada à segunda onda e o agronegócio à terceira.

Ana Couto acredita que é responsabilidade de todos os brasileiros, inclusive as marcas, ressignificar o Brasil. “O Brasil é nosso, do brasileiro. As organizações vinham com uma mentalidade que era só gerar lucro para os acionistas. O capitalismo mudou muito e, hoje, o objetivo é gerar valor para todos os stakeholders e sociedade. As organizações estão à frente disso muito mais do que o governo. O empresariado está num nível de maturidade alto, porque ele é cobrado pela população e comunidade internacional de estar refletindo o século XXI. As organizações estão respondendo essa demanda. Precisamos criar novas lideranças. Enquanto acharmos que não é responsabilidade dos brasileiros não vamos avançar”, argumenta.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Rexona integra time de patrocinadores da Copa América 2024

    Rexona integra time de patrocinadores da Copa América 2024

    Marca da Unilever promoverá ações para os torcedores da competição de futebol, que acontece nos Estados Unidos a partir de 20 de junho

  • Nubank evolui ofertas premium e firma parceria com Max

    Nubank evolui ofertas premium e firma parceria com Max

    Plataforma anuncia o Nubank+, que conta com vantagens como cashback, saque grátis e acesso gratuito ao streaming Max por um ano