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Globo: foco de investimentos é no conteúdo e tecnologia

Chief financial officer do grupo, Manuel Belmar comenta os resultados financeiros de 2019 e afirma que digital segue como o centro das atenções


20 de março de 2020 - 8h25

MG4, novo complexo de estúdios inaugurado no ano passado, para abrigar as produções de todas as plataformas (Crédito: Divulgação/Globo)

Ainda nos últimos meses de 2018, quando fazia o planejamento financeiro para o ano seguinte, o Grupo Globo, assim como boa parte da indústria da comunicação, tinha a expectativa de ver uma retomada mais significativa da economia nacional. “Era consenso geral que 2019 seria um ano de retomada da economia. O que aconteceu, no entanto, é que esse crescimento demorou a acontecer, o que frustrou bastante as expectativas. Foi um momento de navegar em mares mais difíceis porque não queríamos comprometer os investimentos que ja havíamos planejado para o ano”, conta Manuel Belmar, executivo que ocupava a liderança de operações da Globosat e que, desde o ano passado, como parte da unificação das empresas no movimento Uma Só Globo, passou a responder pela gestão financeira de todo o grupo.

Os investimentos a que Belmar se refere são orientados por duas frentes, que representam os pilares que a Globo enxerga para seu futuro: fortalecimento em conteúdo e em tecnologia. A empresa vem priorizando os investimentos de sua plataforma de streaming, o Globoplay, que ganhou um reforço tanto em termos de conteúdo original, com a produção de séries, como a aquisição de conteúdo internacional, para incrementar o cardápio. Nesta semana, em razão da crise do coronavírus, a plataforma se antecipou em avisar ao público que parte do conteúdo estará disponível de forma gratuita, para quem não é assinante.

Além de investir no conteúdo, é preciso também aprimorar as formas de levá-lo às pessoas. O CFO comenta que, no caminho para se consolidar como uma empresa multiplataforma, a Globo tem o desafio de criar uma estrutura de tecnologia e de dados para que seus programas, novelas, séries, telejornais e outras produções possam trafegar pela TV aberta, paga, digital e streaming de maneira fluída. “Em termos de tecnologia, essa expansão requer um investimento em infraestrutura, inteligência de dados e em ferramentas para conhecer melhor nosso consumidor e oferecer melhores soluções ao mercado”, analisa Belmar.

A manutenção dos investimentos nesse processo de transformação digital mostra, na visão do executivo, que a emissora vem seguindo um objetivo correto em seu planejamento de finanças. Os resultados financeiros do grupo, divulgados nesta semana, mostram que a companhia encerrou 2019 com uma receita de R$ 14,1 bilhão, quantia 4% menor do que a registrada no ano anterior. Desse montante, 60% é proveniente do faturamento obtido com publicidade, frente de negócios que também teve uma redução (8%) em relação aos números de 2018. O executivo destaca, no entanto, que o grupo ampliou os negócios provenientes de soluções de publicidade digital, divisão que também vem sendo priorizada na agenda da companhia.

Em meio a um período de incertezas trazidas pela proliferação da pandemia do coronavírus — e suas ainda imprevisíveis consequências para todas as indústrias, inclusive a de comunicação e mídia —, Belmar destaca que um dado do balanço financeiro é crucial para trazer segurança ao grupo. A Globo terminou 2019 com um caixa de R$ 10,5 bilhões, 3% a mais do que a reserva financeira que tinha no ano anterior. “A produção de caixa, que é algo que temos tratado de manter todos os anos, é o que dá sustentação para sustentar nosso ciclo de investimento e liquidez em momentos conturbados como o atual”, pontua.

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